104 anos de Perdões: Meu carnaval e outros carnavais

25 de fevereiro de 2017 15:27 1430

“Um Pierrot apaixonado, que vivia só cantando, por causa de uma Colombina, acabou chorando, acabou chorando”.
Não tenho Pierrot, não tenho Arlequim não tenho Palhaços. Estou só.
Chegando está meu carnaval, sem alegria, sem correria atrás de fantasias e brazões. Melhor assim.
Bem diferente dos carnavais passados e distantes.
Nunca brinquei, mas apreciava aquela movimentação de cada um.
Alegria, não faltava. Tristeza, também, não! Apesar de não haver carnaval oficial neste ano, sem Escolas de Samba, Blocos, Grupos Caracterizados, cada um brinca como pode, a seu modo.
A chama ardente do carnaval está dentro de você. Apenas, um chapeuzinho com brilho, está demonstrando que naquela cabeça, existe uma bateria inteira chamando pelo cantar; “… eu quero é botar meu Bloco na rua”… Mas não posso. Sozinha não dá!
Um jaleco com dizeres dourados, bem em cima do coração, diz tudo.
“Meu coração, não sei por que, bate feliz quando te vê”.
“Oi, abre alas que quero passar”. Nem se sabe de onde vieram, nem pra onde vão. Apenas dizem. “Viemos do Egito e muitas vezes tivemos que rezar. Alá! Meu bom alá, mande água pra Ioiô, mande água pra Iaiá”. (pra refrescar com certeza).
Crianças na rua vão estar sem saberem o que significa tudo aquilo.
Ao entardecer, ao anoitecer, aposto que a Praça da Matriz estará cheia.
Ela é agora o salão que não mais existe – Cacique Clube.
‘‘Quanto riso, oh, quanta alegria! Mais de mil palhaços no salão. Arlequim está chorando, pelo amor da Colombina, no meio da multidão…’’(Máscara Negra – Zé Keti)
Assim vai ser nessa terrinha gostosa – o carnaval 2017.
Agora começa o meu carnaval. Minha rotina. Não será. Só ontem à noite fiquei sabendo que não estarei aqui, nesses dias de carnaval.
Viajar. Piumhi, casa de meu filho João Bosco.
Gostei da notícia, porque gosto de Piumhi, e visitarei Escarpas do Lago, lugar lindo, aprecio a movimentação dos barcos, lanchas, jet-ski e até chalana de aluguel. Se Almir Sater estiver lá para cantar, é o show. Água para mim, é um belo espetáculo. Só para ver.
Não posso deixar de recordar o ídolo de minha mocidade. Apesar de ter sido um cantor de músicas sentimentais, cantor 5 estrelas, ele deixou um sucesso, cantado até hoje.
“Óh jardineira, porque estás tão triste, mas o que foi que te aconteceu. Foi a camélia que caiu do galho, deu dois suspiros e depois morreu”. Ele é Orlando Silva – o cantor das multidões!
Vou rezar, pedir a Deus e Sua Santíssima Mãe, que tudo corra bem.
Amém! Amém! Amém!


Alba Rezende Bastos (D.Iaiá)

 

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