Capital de giro: 5 dicas para o pequeno negócio começar bem 2018

15 de janeiro de 2018 9:15 1102

Ricardo Sonoda, diretor financeiro da iZettle no Brasil, orienta a como se planejar para a safra de baixa nas vendas

O início do ano geralmente é caracterizado por uma queda nas vendas até a época do carnaval, que acontece após o aumento do faturamento ocorrido no final do ano anterior. Por este motivo, caso não haja atenção ao planejamento financeiro, o negócio pode enfrentar sérios desafios para seguir em frente. Quem faz o alerta é Ricardo Sonoda, diretor financeiro da iZettle, fintech sueca com atuação no Brasil e em mais 11 países na área de serviços financeiros e soluções de pagamento.
De acordo com Sonoda, é preciso que o empreendedor cuide da manutenção do capital de giro, que consiste na reserva necessária para dar conta de despesas como manter os estoques e pagar fornecedores. O especialista dá cinco dicas de como iniciar o ano com um capital de giro saudável.
1) Encare 2018 com planejamento
O fundamento principal para manter o negócio funcionando consiste no planejamento financeiro. O último trimestre de um ano costuma gerar um incremento no fluxo de entrada de capital por conta do Dia das Crianças e do Natal, enquanto os primeiros meses marcam um aumento no fluxo de saída, devido aos pagamentos do 13º salário dos funcionários, impostos e gastos pessoais adicionais do período. “Será mais fácil o planejamento caso já tenha havido uma preparação antecipada para este fluxo invertido de entradas e saídas. Uma grande empresa tem um setor de contabilidade que faz esse planejamento. Já o pequeno empreendedor precisa estar mais atento e buscar ajuda das ferramentas digitais gratuitas disponíveis no mercado”, alerta.
Segundo Sonoda, o ideal é que os gastos no final do ano tenham sido reduzidos para se preparar para o período seguinte. “É importante ter reservas para um fluxo mais positivo até o final do ano”, aconselha.
2) Faça uma liquidação
Mas e se o planejamento não foi feito com antecedência? De acordo com Sonoda, ainda há esperança. É importante agir com calma e tomar algumas medidas para garantir o capital de giro, como se desfazer de ativos e cortar gastos. “No caso do microempreendedor, sacrifícios como vender um carro e rever fornecedores podem ser necessários”, afirma.
Uma opção comum para garantir o capital de giro no início do ano é promover uma liquidação do estoque de produtos. “É a hora certa de planejar promoções mais agressivas e com real potencial para trazer mais liquidez para o negócio. Não é à toa que muitas lojas fazem liquidações logo após o Natal”, explica.
3) Não confunda contas pessoais com fluxo de caixa
Segundo o especialista, é muito usual que donos de pequenos negócios tenham dificuldade de separar com clareza o capital de giro da empresa de suas contas pessoais, o que dificulta o planejamento financeiro e até ameaça a sobrevivência do negócio.
Outro erro comum é confundir o capital de giro com o fluxo de caixa. Enquanto o primeiro considera todas as disponibilidades no caixa e no estoque que permitem a continuidade do negócio, o fluxo de caixa é relacionado ao faturamento e aos gastos. “É possível ter um fluxo de caixa negativo com capital de giro positivo em um determinado período. Porém, o saudável é que ambos sejam positivos”, afirma.
4) Conheça o seu negócio
De acordo com o especialista, é preciso entender o fluxo natural de vendas dos seus produtos e serviços para efetuar o planejamento do capital de giro com mais eficiência. Em alguns setores, elas podem ser sazonais, como no caso das vendas de sorvetes no verão e sopas no inverno.
Além disso, muitas vezes os fornecedores vendem os produtos à empresa por meio de um número de parcelas que é menor do que o que é oferecido aos clientes do negócio. “Nesse caso, será necessário um capital de giro maior para haver condições de manter o estoque sempre cheio”, lembra. Outra questão ainda se trata da prevenção à inadimplência, quando um pagamento que era esperado não entra para a conta do capital de giro. “Uma das formas de se prevenir é ter a preferência por meios de pagamentos mais seguros como o cartão de crédito”, afirma.
5) Utilize ferramentas digitais
Por fim, com o avanço da tecnologia, empresas oferecem aplicativos gratuitos que permitem a organização dos estoques dos pequenos negócios, registro de vendas e emissão de relatórios. De acordo com o especialista, ainda é possível encontrar soluções financeiras que ofereçam alternativas à liquidez de longo prazo. “É interessante, no caso das vendas com o cartão, optar pelas credenciadoras que oferecem antecipação do recebimento do dinheiro das vendas a prazo sem cobrar taxas adicionais por isso. A tecnologia é uma importante aliada e pode auxiliar o pequeno empreendedor a fazer a gestão do capital de giro com mais eficiência”, aconselha Sonoda.
Grupo CDI Comunicação e Marketing

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