Retiro dos Pimenta – uma história de fé, lutas e vitórias

11 de janeiro de 2016 11:13 3089

 103 anos de Perdões

Um 2016, abençoado para o Retiro

Se me lembro bem, esta é a terceira vez que visito essa simpática e acolhedora comunidade, parte de Perdões e da Paróquia do Senhor Bom Jesus dos Perdões. Se pensam que não sei de nada sobre o Retiro, estão enganados.
Conheço sua história, desde que o Retiro foi uma das localidades visitadas por Romão Fagundes do Amaral, fundador de Perdões e também fundador do Retiro, onde deixou descendentes, sendo um deles a D.Cida, que é mãe de Mateus.
Mateus é jornalista graduado pela Universidade Federal de Ouro Preto. Atualmente pratica jornalismo no jornal “O Estado de São Paulo”.
Vamos à árvore genealógica de Mateus, até chegar ao personagem Romão.
É a história que Mateus ouviu da mãe.
Mateus é filho de Cida, que é filha do avô Juca; avô Juca ouvia do pai Balbino (bisavô de Mateus) que é filho de Manoel e finalmente Manoel que é filho de Romão. Mateus é a 6ª geração e só conhece essa história por intermédio das lembranças da mãe Cida.
Agora, calculo (eu e meus pensamentos nas madrugadas), que Manoel e Balbino, tinham conhecido muito bem o pai e avô Romão e o ajudaram nas buscas e na mineração do tão cobiçado ouro.
Se é lenda ou se é verdade, o certo é que existe na serra do lado direito de quem vai de Perdões, uma grande pedra, marcando a entrada da gruta onde por muitas e muitas vezes Romão Fagundes se escondia da polícia real, porque minerar, sem partilhar com o rei de Portugal, era crime.
Uma sugestão: essa gruta, marcada pela pedra, devia ser pesquisada, explorada e trabalhada pelos poderes públicos, para turismo. Perdões é tão pobre em turismo e isso bem explorado daria uma bela visão. Via-se o Retiro inteiro e o trafegar da 381, a Fernão Dias.
Depois desta sugestão, vai um caso de minha infância, no Retiro dos Pimenta.
Em criança ia ao Retiro, com minha avó mãe Chica, visitar tia Cotinha, filha de mãe Chica. Eu ia e gostava muito de lá. Eu ia a cavalo, mãe Chica ia a pé (eram os dois meios de transporte).
Tia Cotinha era casada com o tio Albino Duque, português que chegou aqui no arraial de Perdões por volta de 1896, como feitor do avançamento da Estrada de Ferro Oeste de Minas.
Muito bom, brincalhão, caridoso e alegre. Era ao mesmo tempo o farmacêutico e médico do Retiro.
Tio Albino fazia apostas comigo que eu era muito mole, sem vontade, não era capaz de tomar um cálice de pinga e nem comer 2 ou 3 cebolas (cebola de cabeça pequena), junto com a pinga (até hoje acho que no Retiro, plantam cebolas de qualidade pequena).
Com lágrimas nos olhos, pelo suco que a cebola desprende, eu tomava o cálice de ‘pinga’ e comia 2 cebolas para mostrar ao tio Albino, que eu era valente.
Só mais tarde, eu crescidinha, vim a saber que a pinga era apenas limão, açúcar e uma pitadinha de bicarbonato (uma misturinha feita na farmácia dele).
Parentes de tio Albino (netos) e meus primos aqui em Perdões. Marialva, Dircea e filhos da Glorinha e Maria do Zico e Pinta.
Passou o tempo…há uns 4 anos fomos ao Retiro dos Pimenta, Albinha, o Toninho, marido dela, e eu. Fomos fotografar para a Exposição de Fatos e Fotos. Nossa cicerone foi a Preta, a primeira vereadora da Câmara de Perdões. Fotografamos de longe a gruta, a praça, uma rua e a igreja. Igreja bonita, bem cuidada, reformada, sem fugir ao estilo da original, porque foi construída por Romão Fagundes.

Não conhecia a igreja por dentro. Na 6ª feira, foi realizado, o nascimento de Jesus, lá. Me convidaram.
Fui. Gostei. Gostei muito mesmo! Meus companheiros de viagem são excelentes. Apenas dois, mas encheram o carro de alegria.
Padre Jorge, um perfeito anfitrião, e Dico, um excelente motorista. Atencioso no volante e no cuidado com os viajantes. Além desses predicados, são cantores de primeira.
Chegamos 10 minutos adiantados, aí o nosso querido e amável padre anfitrião, foi me apresentar a algumas pessoas.
Professor Aurélio estava lá. Cumprimentou-me e disse que ainda trabalha com o Gê, meu filho, na secretaria do João Melo.
Um rapaz, também, muito atencioso que trabalhou na Casa Brasil e hoje trabalha na Reboco, me cedeu o lugar dele na fila da Comunhão. É o José Messias. Obrigada José, sua atitude foi belíssima. Não por ter sido eu, mas pelo respeito aos idosos.
A missa celebrada pelo Padre Jorge, é a mesma missa celebrada por Padre Vanir, Adenir, Francisco, Thiago e Josalan.
Bonita, alegre, piedosa. Foi a Missa do Natal de Jesus. Comemoramos o Nascimento de um Rei. Um rei tão Humilde e sereno, que não quis nenhum palácio para nascer.
Quis ser como todos somos e escolheu, na sua humildade, uma gruta simples onde animais rodeavam o cocho, que lhe serviu de berço.
Chegando ao final da Celebração, crianças do Retiro dos Pimenta, conduziram o Pequeno e Amável Jesus, do Altar até o Presépio armado ao lado da porta principal da igreja.
Padre Jorge comentou comigo: a senhora viu vó Alba, que gracinha os meninos? Sem que eu, ou outra pessoa mandasse, partilharam a viagem do Menino Jesus. Cada um conduziu-O um pouquinho!
Eu, Alba ou Iaiá, como quiserem me chamar, afirmo que o próprio Jesus estava ali, acompanhando essas crianças na viagem virtual até Belém.
O Coral do Retiro é muito bom e a cantora Duca, que conheci, muito interessante e simpática. Afinada, também.
Terminada a celebração foi a hora do cafezinho com bolo, biscoitos e suco.
A volta, apesar da chuvinha correu tudo bem. Os cantores deram o tom do ‘‘do’’ até ‘‘si’’.
Padre Jorge veio conhecer meu Presépio Azul. Como ele é muito gentil, disse que está lindo! Graças a Deus!
Meu abraço para os habitantes do Retiro. Foi ótimo voltar lá. Estejam certos que voltarei em outras missas – é só receber um convite. Né Padre?
Que o povo amigo, bom e fervoroso do Retiro dos Pimenta, seja sempre protegido pelo Padroeiro São Sebastião!
Viva o Menino Jesus! Viva São Sebastião!
Amém! Amém! Amém!
Hoje, terça-feira, dia 05 de janeiro, ouvindo a reflexão de Padre Jorge, às 6h30min da manhã, recebemos dele um convite muito especial. Ele nos convida a participar da Missa, pelo menos aos domingos e tornar parte da Eucaristia. Convite benéfico, que nos traz saúde e bem estar para a alma.
Tão fácil! No domingo temos, em nossa Paróquia, pelo menos 5 missas. É só escolher o horário e a igreja.
Essa reflexão é diária, um dia, Padre Adenir, no outro dia, Padre Jorge.
Amém! Amém! Amém!
Hoje termina as Férias de Regina e suas eficientes filhas.
Um 2016 de alegrias, saúde e trabalho no VOZ, dando-nos as notícias e Perdões.
Obrigada!
Alba Rezende Bastos (D.Iaiá)

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