Lançamento do livro de Alba Rezende Bastos

26 de dezembro de 2016 13:29 2228

‘‘As veredas de Alba no barco da vida’’

No dia 17 de dezembro, às 14h, no Centro de Pastoral São José em Perdões, foi realizado o evento para o lançamento do livro de Alba Rezende Bastos, também conhecida como D.Iaiá, professora aposentada, escritora e colunista do Jornal VOZ.
Título da obra: As veredas de Alba nos barcos da vida.
A família de Dona Alba organizou com muito carinho esse encontro com a cultura, um cenário com identificação à escritora.
São textos que Dona Alba publicou em sua coluna no Jornal VOZ, sendo que no jornal eram ilustrados com fotos escolhidas pela própria Alba.
A organização do livro ficou a cargo do professor Padre Mauro Passos, que aliás, durante o evento fez uma linda homenagem à escritora ( ver abaixo no destaque).
Uma das filhas de Dona Alba, Ângela Cristina/Bionda foi a cerimonialista do evento.
Compareceram vários segmentos da sociedade para prestigiar e adquirir o livro “As veredas de Alba nos barcos da vida.”
A família de Dona Alba estava muito emocionada com esse momento único.
Na página 05 podemos ler com riquezas de detalhes, na Coluna da Dona Alba, o que representou para ela esse momento de amor, carinho, respeito e cultura.

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Alba de Rezende Bastos, Mestra Querida

Tenho em mim
todos os sonhos do mundo.
(Fernando Pessoa)

Por que escrevemos? Para viver ou para não morrer? Para perdurar, para vencer a poeira do tempo ou despistar o cansaço, a solidão, o medo? Para rever nossos fantasmas (por que não?), para amar e ser amado? (Cf. Emanuel Medeiros Vieira in Hoje em dia, 01/08/2008). A Palavra é um veículo que nos transcende e que nos leva além do Outro.
Escrever é sonhar acordado. A palavra é a cortina que inaugura o espetáculo. Alba, a Mestra, realiza esse espetáculo polindo e lapidando a “Dona Palavra” que, às vezes, é jugo e jogo. A palavra é material de criação e comunicação, tanto que o evangelista João abre o quarto evangelho afirmando: “No início era a Palavra… e a Palavra estava em Deus” (Jo 1,1).
Uma data singular para abraços, alegrias e comemorações. É fim de ano. Hora de lembrar o que passou (às vezes, é preciso esquecer algumas coisas!), olhar o horizonte, abrir os braços e abraçar a vida que sempre recomeça. O tempo passa, mas a hora de amar continua no mistério da vida.
Movidos por utopias e esperança, a construção do livro – As veredas de Alba nos barcos da vida, foi um caminho para reaprender a ver, conhecer e a pensar a Mestra – Alba, nossa querida Iaiá. Assim como não se improvisa uma Amiga, não se improvisa um livro. Não é somente um registro escrito, o que conta é a linguagem em sua dimensão de diálogo, experiência e história, no decorrer do tempo, construída por esta Mestra. Portanto, mais do que homenagem, este é um momento de encontro com a vida. A sedução que se evola de tantas histórias é grande e plena de vitalidade, por isso, tênue o liame entre a vida (o duradouro!) e o que vai aqui, registrado como efemérides. Os anos de vida guardados com jovialidade, viço e força marcam seu modo de ser. Uma pessoa de princípios, corajosa e boa. (Viver sem princípios é adoecer!).
É a luta pelo bem – emoldurada nas palavras alegria, liberdade, solidariedade e respeito. É a luta pela coragem da verdade. Assim, conseguiu/tem conseguido descobrir a clássica primazia da consciência, que viver é conviver e dividir o mundo com o Outro.
Fez/faz estrada no canteiro da solidariedade. O importante na vida são as escolhas que fazemos. Como lembra Mia Couto, escritor moçambiquenho: “O que faz a estrada? É o sonho. Enquanto, a gente sonhar a estrada permanecerá viva. É para isso que servem os caminhos, para nos fazerem parentes do futuro.”
É no descortinar do dia a dia, quando as cortinas do tempo se abrem em palavras, que entramos em contato com o mundo, a história, a vida. Nas malhas da letra, as palavras tomam forma, recompõem o passado e habitam o presente. Este é o ofício de quem escreve – construir sua tapeçaria textual e dar vozes aos sujeitos para revelar identidades no tempo no espaço. (Viver e não morrer!). Alba relembra atores, personagens e fatos – Jerry Adriani (uma paixão!), Dona Gabriela, Taioba, Mãe Chica, Parteiras, A gravata do professor, Dona Geninha, a Jornada Mundial da Juventude e Meu casamento – na foto, na mesa e na vida.
Mais do que em outros momentos, o livro de nossa Mestra Alba acontece em boa hora, particularmente, para um país dissolvido em fragmentos. Este momento sem política, no sentido clássico da palavra, revela os bastidores da politicagem. É um cenário histórico marcado por fissuras. Melhor seria disputar e pensar mais nas competências, na justiça, na ética e no bem estar de todos. O partilhar, o dialogar, o argumentar estão a pedir outra história que o momento atual se nega a construir.
Aí está a grande lição de nossa Mestra – abrir veredas de humanidade, cartografar vivências concretas e semear sonhos, afetos e esperança.
Amém. Amém. Amém.

Prof. Pe. Mauro Passos


 

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