103 anos de Perdões – ”Ele faz Aniversário”…

24 de abril de 2016 11:48 1779

Mais uma vez vou repetir aqui, no Jornal VOZ, uma poesia que me é muito querida, pois foi “aprendida” em época distante, nos meus 8 anos.
O dono da poesia fará aniversário daqui 4 dias. (Hoje é segunda-feira, 18 de abril, dia que escrevo minha crônica, se é que pode ser chamada de crônica).

A poesia Brasil
Contam fadas que nasceu,
No dia 22 de abril
Vejam lá se adivinham
Quem nasceu foi o Brasil!

E foi logo batizado
Para não ficar pagão
Por um frande muito santo
Que fincou a cruz no chão.

O padrinho foi um rei,
Muito forte e rico, então,
A madrinha uma Santa
A Virgem de Conceição.

Foi uma festa tão bonita
Que ninguém sabe contar,
cantavam Anjos do Céu, cantavam ondas do mar.

E o menino foi crescendo
Desde os dias de abril
E hoje a Pátria que amamos
Viva! Viva o Brasil!
O Brasil, meu Brasil brasileiro, está completando 516 aninhos. Comparando com outros grandes nações, ele é apenas um bebezinho.
Seu nascimento foi muito simples. Assistido, apenas, pela tripulação das 3 naus portuguesas e pelos nossos primeiros primitivos e verdadeiros donos da Terra. Os índios. A terra tinha o nome indígena – Pindorama.
Mansos, tranquilos e observadores. Assim eram eles. Aceitaram, tranquilamente, a chegada e assistiram a Primeira Missa aqui celebrada, com curiosidade e admiração. Deitados na grama macia, molhada e salgada, que as ondas do mar, traziam. Encostados em grossos troncos, ou trepados em árvores milenárias. Em uma praia na Bahia, sem o tratamento d´agora, sem ter quem proclamasse suas belezas (hoje tem o Valério) um frade muito santo, Frei Henrique, batizou aquele chão, dando-lhe o nome de Terra de Santa Cruz.
Cruz, que é símbolo principal de nossa fé cristã.
Como que o Brasil não poderia ser um país abençoado por Deus se sua Madrinha, escolhida por Pedro Álvares Cabral, é a Virgem da Conceição?
Se 216 anos depois Ela é encontrada nas águas do rio Paraíba, e toma o nome de Virgem da Conceição Aparecida?
Nossa Senhora da Conceição Aparecida, Rainha, Padroeira, Protetora e Mãe nossa, dos brasileiros.
Falei de Fé. Uma vez mais, vou plagiar Padre Fábio de Melo – ”Brasil, quantas histórias, meu Deus”, são passadas neste torrão querido. Quantos mártires! Quantos heróis! Quantas histórias de fé e patriotismo. Vou citar apenas um – Joaquim José da Silva Xavier. Tiradentes. O Mártir da Independência.
Sábado assisti, participei da comemoração da vida de um mártir da fé.
Não é perdoense e nem brasileiro. Não O conhecíamos bastante, para tomá-lo como patrono de alguma coisa.Através do xará Padre Jorge, que tem por Ele grande estima e devoção, ficamos também, seus devotos.
São Jorge, não é só a lua que o ama, não. Nós também, O amamos.
Na missa de sexta-feira, Padre Jorge O proclamou Padroeiro do bairro Várzea de Cima (era noite de lua clara, quase várzea cheia). Acreditem ou não, ela, a Lua, estava lá. Entre uma frondosa mangueira e um telhado novinho, novinho, ela estacionou.
Acho que por ciúmes ela não arredou o pé, enquanto Padre Jorge, o Celebrante, não nos despediu, com: Ide em Paz e o Senhor vos acompanhe. Aí sim, a Lua seguiu seu caminho, levando em seu bojo, São Jorge e seu cavalo branco.
No outro dia, sábado, dia da Procissão a cavalo. Marcada para as 14h, às 13h, a Praça da Igreja Nossa Senhora das Graças (quase Paróquia) estava lotada. Cavaleiros, cavalos enfileirados, crianças de chapéus e botas, davam o toque especial à festa, esperando…esperando ansiosos o padre cavaleiro chegar, para o início ao que pede o Papa Francisco: “uma Igreja Viva de saída, em busca de outras ovelhas.”
Não sabíamos que o Padre Jorge era peão de cavalo manso e que montava tão bem.
Vou abrir “aspas” para uma opinião grandiosa de Alice Tobias Rodrigues – “Igreja é isso. Além das paredes. A Quase Paróquia deve se orgulhar de ter essa alma magnífica no seu meio. Procissão maravilhosa!”
A procissão saiu do Bairro e percorreu diversas ruas da Perdões tradicional.
Quem apreciava, gostava e sentia todos bem, de sua janela era a Nelita. Para ela o pôr do sol, visto da janela de seu quarto, era edificante.
”-Só vendo, Iaiá, que coisa mais linda!
O céu se transforma. Raios luminosos, brilhantes, dourados, cobrem toda aquela parte da serra.
E apontava, é lindo!!!
E a Lua, então? Se é crescente, da minha janela, fico olhando até ela desaparecer no meu telhado. Vou para a janela da sala e fico olhando, ele admirando, aquela luminosidade, até ela desaparecer.
Quando é cheia Iaiá, que maravilha, eu me encanto quando ela se esparrama pelos galhos das árvores do jardim. Fico pensando. Tomara que Deus me dê, lá no céu, um lugar, de onde possa ver a Lua chegar, sair, crescer, tornar-se pequenina para seguir seu destino.”
De pertinho Nelita, você aprecia melhor. São Jorge e seu cavalo branco.
Nossa Senhora do Perpétuo Socorro já te apresentou ao Piau?
Adeus! Beijos da cunhada mais que irmã, Iaiá.
Amém! Amém! Amém!


Por Alba Rezende Bastos (D.Iaiá)

 

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