105 anos de Perdões: Emoção – passado feliz

25 de setembro de 2017 11:08 1413

Hoje, não vou começar meu trabalho, falando do dia, da hora, da semana e nem do mês.
Vou subir minha rua, virar a esquina para a direita. Caminho da igreja.
Toda vez que passo por aqui olho o prédio ao lado da escola “Otaviano”, para apreciar a reforma que ele passou. Ficou lindo!!!
Faz-nos lembrar Salvador da Bahia, Ouro Preto, e São João Del Rei de Minas. Azulejo nas paredes externas é tradição e enfeita muito.
Emoção senti, quando ao passar em frente notei que todas as lâmpadas da casa estavam acesas. Por uma questão de minutos, talvez 3, me veio a saudade de um passado feliz.
Por uma das janelas, vi Dona Mazinha, assentada em uma confortável cadeira, crochetando um alvo pedaço de pano, um quadrado de linho, talvez uma toalha.
Ao piano, 4 ágeis e habilidosas mãos tiravam sons maravilhosos que mais pareciam vindos do infinito.
Eram Augusta e Gegena, filhas de D. Mazinha. O piano para elas, era como se fosse uma caixinha de música para nós. Sabiam tudo e tocavam com gosto. Por prazer.
Lá no quintal, um grande quintal com mangueiras, laranjeiras, jabuticabeiras, pássaros de todos tamanhos, cores, cantores ou não, ofereciam ao Lulu, filho caçula de D. Mazinha, a alegria de estarem com elas. Lulu era apaixonado por um quintal e o quintal retribuía ao Lulu, essa gentileza, transformando o que Lulu plantava em belas flores: rosas, cravos, açucenas, gaivos, lírios, camélias. Viço e beleza.
De repente meu pensamento mudou.
A casa de D. Mazinha foi também o palco onde a mocidade perdoense dos anos 37-64, mostrou seu talento e alegria.
A música não parou. Desde a valsa vienense, até o “panelado” rural. Era um show. Era o Cacique Clube.
Vi por outra janela um baile. Marina e Nelson, rodopiavam pelo salão, ao som de ‘‘Danúbio Azul’’.
Nilza e Milton relembrando a terra querida de Milton, se firmaram no “Oi tava na penera, oi tava penerano, oi tava num namoro, oi tava namorano”.
Depois daquele passeio pelas praias do nordeste, Júlio e Titina, pediam sempre aquela música… “era meu lindo jangadeiro, de olhos da cor verde do mar”, inesquecível!
Ana Rezende e Bié, para não quebrar a tradição marcaram uma quadrilha: “caminho da roça. E oia a chuva! É mentira. Chei de dama. Continua o promenade!!!”
Didico e Helena lembram uma festa junina e provaram serem bons ‘‘na boiada já fui boi, boiadeiro já fui rei” cantado por Jair Rodrigues e Padre Fábio de Melo.
Como se eu nunca tivesse visto, apreciei o bolero, 2 pra lá – 2 pra cá, que Arlindo e Dalila exibiram. “Beija-me muito como se fosse esta noite a última vez”.
E a Maria Carmém? E o Tonico? Não dançaram? Dançaram sim! Um tango. Um tango tão argentino, como tão argentino é o Papa Francisco. “Por que não paras relógio”…
Voltei a realidade. Deixei de sonhar acordada, com um passado distante e feliz.
Segui meu caminho para a Igreja Matriz, onde esperei a procissão do Senhor Bom Jesus dos Perdões, nosso Padroeiro.
A igreja aos poucos foi se enchendo com os fiéis que mal caminham.
O sino que pouco trabalha, deu-nos a notícia que a santa caminhada, vinda da Capela de Nossa Senhora de Fátima (Jardim Alegre e Alvorada) estava se aproximando da Matriz.
Logo, logo teríamos a Celebração Eucarística.
Com muita piedade e Fé, Padre Adenir celebrou, lembrando que o Padroeiro Senhor Bom Jesus, é o único que pode nos dar a salvação.
Abençoe-nos e viva!!! o Senhor Bom Jesus.
Amém! Amém! Amém!


Por Alba Rezende Bastos (D.Iaiá)

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