Esta é a história de um homem simples, bom, amante da natureza, querido e amado por muitos.
Viveu seus 73 anos, entre a roça e a cidade, como se fossem apenas trinta. Parece que morreu jovem. A idade não pesou para ele. Era alegre, brincalhão. Quando estava em família ou com amigos íntimos.
Quando estava em local onde devia estar com seriedade, também se comportava como tal.
Nunca chamei-o de José. Para mim, sempre foi o Zé. Como esposo, acho que existem poucos iguais a ele.
Como pai, se comportava como irmão. Queria estar sempre presente entre os filhos.
Vou contar um pedacinho da vida dele, que nunca esqueci.
Às 5 horas ele já estava preparado, como fazia diariamente, para ir para a roça, exatamente onde foi celebrada esta Santa Missa, um sufrágio de sua alma.
Missa participada pela família, desde o mais idoso (eu) até o mais novinho. Pedro com 2 meses e 10 dias.
Um amor de criança. Participada, também, por amigos de Cana Verde e Perdões. Bem, continuemos com a história: 5 horas. Zé já está no curral, tirando o leite, que será entregue ao Laticínio em Perdões.
Seu costume era permanecer no Sítio Olhos D’água até 3h30min ou 4 horas.
Mas… havia dias especiais como o da história de hoje.
Eu plantei lá no sítio um roseiral com 30 roseiras, 2 delas não adaptaram ao local, e mesmo antes de florescerem, se foram… e nesse dia especial, Zé entregou o leite ao responsável, foi até ao roseiral e colheu todas as rosas e botões entreabertas, armou um buquê com as quase 100 flores, colocou-as no balde com água, de tirar o leite, e veio trazê-las para mim. Que emoção senti, quase chorei. Não era meu aniversário. Não era aniversário de nenhum de nossos filhos, não íamos receber visitas e nem era dia de levar flores para a igreja. Se tornou para mim, um dia especial, porque me agradou imensamente, aquele gesto de delicadeza, me trazendo rosas.
“Rosas que já oram desfolhadas
Por mãos que já se foram
Rosas suaves, rosas tristes
Rosas, também, adoradas.
Rosas brancas, rosas rubras
Rosas amarelas – verdadeiras
Rosas primeiras e rosas derradeiras”.
Zé sempre me ajudou na criação dos filhos. Passava noites e noites acordado, com alguma das crianças que não conseguia dormir. Ajudante do Zé nessa tarefa de permanecer acordado, era um livro. “O mundo da criança”, volume 6 que só contava histórias de animais. Ele contava verdades; ele contava mentiras; ele inventava estórias fantásticas daqueles bichos, que me punha admirada de ver tanta imaginação. O tempo passou, hoje, 2 de dezembro de 2017, quantos anos se passaram, meu Deus!
Tóia, apoiada por seus 9 irmãos resolveu realizar essa missa que foi uma festa simples, única, bela e abençoada.
Padre Jorge, como sempre, disposto a tender tudo que “diz respeito” a Deus e a Mãe Maria, Mãe dele e nossa, foi o celebrante.
Comentário dos participantes:
– Que Missa linda! Muito bem rezada e participada! Eu nunca havia comungado as 2 espécies!
Gostei, amei.
A família de Padre Jorge (antepassados) e a nossa sempre foram amigas.
A Homilia muito bem entendida; as leituras foram feitas pelos meus bisnetos.
A chuva fina não atrapalhou em nada a beleza da Celebração.
Galdino com seus 86 anos, nosso afilhado, foi rezar pelo padrinho Zé Bastinhos.
Vilma, irmã de Zé, foi e não deixou de cumprimentar e ser cumprimentada pelos amigos.
Depois da Missa houve a confraternização. Abraços, lembranças, saudades. A saudade é um sentimento doce que está sempre presente em nossas recordações.
Para recordar este dia ímpar deixarei 4 fotos.
Obrigada a todos. Disse e repito. Gostei, amei essa reunião.
O meu abraço.
São José, o guarda da Sagrada Família, seja o guarda nosso, também.
Amém! Amém! Amém!
Por Alba Rezende Bastos (D.Iaiá)