Helcimar Fernando Ribeiro, nasceu em Divonópolis/MG, no dia 8 de abril de 1984; filho do Admir Silva Ribeiro e Maria Aparecida Braga Ribeiro; irmão do Hebert e da Helcilene; casado com Flávia Aparecida Santos, pai da Helena Flor, Raissa, Ana Júlia e Luis Davi.
Entre linhas, agulhas, carreteis, tesoura e máquina de costura ele exerce o trabalho artesanal de capotaria na restauração de estofados de veículos.
A entrevista foi gravada em sua oficina – a Capotaria Revest.
É um singelo presente e reconhecimento do VOZ a esse prestador de serviços que após conhecer a Cidade da Amizade, decidiu trazer sua família e exercer a profissão que aprendeu com seu pai, o Sr.Admir.
Jornal VOZ: Helcimar, há quanto tempo você está em Perdões e por que você veio para cá?
Helcimar: Há dois anos. Meu mestre de KungFu mudou para cá. Eu fazia KungFu em Divinópolis. Assim, gostei da cidade e vi que o comércio é bom, assim como constatei a carência de uma capotaria e resolvi abrir uma.
Jornal VOZ: E onde você pratica essa arte marcial?
Helcimar: Pratico na Academia Performance.
Jornal VOZ: E como foi que o KungFu entrou na sua vida?
Helcimar: Foi através de um desenho – Dragon Ball e eu já gostava de artes marciais e assim comecei a praticar e dediquei muito.
Jornal VOZ: A arte marcial ajuda-o no seu trabalho, pois é um trabalho de detalhes e paciência?
Helcimar: Sim, ajuda a ter disposição e controle.
Jornal VOZ: Conversando anteriormente com você, relatou que essa pé uma profissão que já vem do seu pai, inclusive já ouvimos algumas vezes ajudando aqui.
Helcimar: Meu pai ensinou a profissão para a gente ainda pequeno. Estou com 37 anos e comecei a trabalhar com 11 anos.
Jornal VOZ: Quando você disse ao seu pai que viria para Perdões, o que ele falou?
Helcimar: Que a cidade é muito boa. Bom de comércio. Tinha tudo para dar certo e que era para eu investir, pois a cidade nos acolheu com carinho.
Jornal VOZ: Quando passávamos aqui pela Av.Régis Bittencourt podíamos ver seu pai aqui trabalhando bem concentrado na máquina de costura. Ele mora aqui?
Helcimar: Ele estava morando, mas devido a questões familiares, ele retornou para Divinópolis.
Jornal VOZ: O que é a capotaria basicamente? Qual o seu trabalho?
Helcimar: Reforma de bancos, recuperação de tetos, espuma, solda, faz tapete; lavagem de banco, higienização. Serviço em geral – Estofamento, tirou do carro? A gente faz tudo.
Jornal VOZ: Como é a sua clientela? Pedem para mudar alguma coisa?
Helcimar: Alguns pedem, mas quando o carro é mais antigo, gostam de manter a originalidade. É um trabalho que transforma e embeleza o interior do carro.
Jornal VOZ: A Capotaria tende a crescer cada vez mais? Você atende só Perdões ou outras cidades também?
Helcimar: Sim, cada vez mais, porque está faltando profissional. Atendo Perdões e toda região.
Jornal VOZ: Nesse período de pandemia teve alguma influência para você?
Helcimar: Eu vim para Perdões no início da pandemia mesmo. Abri em janeiro de 2020 e logo depois teve que fechar a cidade – o comércio, ai foi complicado, mas fiz um contrato com a Prefeitura e isso me ajudou – arrumava os colchões do hospital, ambulâncias.
Jornal VOZ: Alguma vez você pensou em desistir?
Helcimar: Não! Tem dia que a gente está desanimado com algum cliente, mas desistir nunca. É a minha profissão!
Jornal VOZ: Você pensa em ampliar aqui?
Helcimar: Sim. Fazer um escritório, uma recepção para receber os clientes – sentar, tomar um café, mostrar os produtos…
Jornal VOZ: Hoje é você que faz todas as funções, mas percebi que está com uma pessoa trabalhando aqui.
Helcimar: Sim. O Alex, ele é também de Divinópolis.
Jornal VOZ: Você melhorando cada vez mais estará ajudando no desenvolvimento da cidade?
Helcimar: Sim, vai ter mais opções para o cliente, pois muitas coisas dependem de fora para fazer o serviço. Eu melhorando, dando mais opção para o cliente, ele não vai precisar de sair da cidade.
Jornal VOZ: Essas máquinas você trouxe de Divinópolis ou comprou aqui na cidade? Seu pai continua com a capotaria?
Helcimar: Comprei aqui. Meu pai continua com meu irmão. A capotaria em nossa família é uma tradição de 52 anos. Com esse trabalho, cuidou da família, do sustento. Meu pai é uma pessoa correta e sistemática. Honesto, caprichoso, justo e sigo seu exemplo.
Jornal VOZ: Vocês querem implantar algo novo? Evoluir (Helcimar pediu que Alex respondesse).
Alex: Vamos implantar a montagem de kit automotivos em banco de couro, padrão de fabricante, padrão de concessionária. Tem várias empresas que oferecem o kit pronto em couro, entre outros, couro 9, a mão especializada na montagem – o kit de couro trazer aqui para a cidade, pois não tem na região.
Jornal VOZ: E vocês tem público para isso?
Alex: Tem, porque os carros mais novos estão saindo com banco de couro – Corolla, Civic, HB20, Hilux, vários.
O Helcimar já comprou uma máquina de transporte duplo e estamos aguardando a chegada para a próxima semana.
Comprou uma despontadeira – uma reta de duas agulhas para estar atendendo reforma também. Faixas em couro com um padrão de qualidade de fábrica.
Jornal VOZ: A sua mensagem
Helcimar: Devemos ter muita fé em Deus e naquilo que estamos fazendo. Não é fácil, mas com muito trabalho, dedicação, amor naquilo que está fazendo, se consegue chegar lá nos seus objetivos.
Agradeço a cidade de Perdões pelo acolhimento. Quando vim para cá foi num período difícil, minha filha nasceu na época da pandemia e sem a gente conhecer as pessoas, elas nos abraçaram.