Setembro Amarelo: Campanha de Prevenção ao Suicídio

18 de setembro de 2017 15:26 1987

Setembro é o mês da campanha de prevenção ao suicídio, mas em todos os meses do ano devemos estar atentos à valorização da vida

Setembro amarelo – campanha de conscientização sobre o suicídio. Essa campanha foi criada pelo CVV – Centro de Valorização da Vida, juntamente com o Conselho Federal de Medicina e a Associação Brasileira de Psiquiatria.
De acordo com a OMS – Organização Mundial da Saúde tem mais gente morrendo por suicídio do que por aids ou câncer.
O portal G1, em São Paulo publicou em Setembro de 2016 uma reportagem com o relatório divulgado pela OMS.
Nesse relatório o que chama a atenção de governos para o suicídio, considerado “um grande problema de saúde pública” que não é tratado e prevenido de maneira eficaz.
Segundo o estudo, 804 mil pessoas cometem suicídio todos os anos – taxa de 11,4 mortes para cada grupo de 100 mil habitantes. De acordo com a agência das Nações Unidas, 75% dos casos envolvem pessoas de países onde a renda é considerada baixa ou média.
O Brasil é o oitavo país em número de suicídios. Em 2012, foram registradas 11.821 mortes, sendo 9.198 homens e 2.623 mulheres (taxa de 6,0 para cada grupo de 100 mil habitantes). Entre 2000 e 2012, houve um aumento de 10,4% na quantidade de mortes – alta de 17,8% entre mulheres e 8,2% entre os homens. O país com mais mortes é a Índia (258 mil óbitos), seguido de China (120,7 mil), Estados Unidos (43 mil), Rússia (31 mil), Japão (29 mil), Coreia do Sul (17 mil) e Paquistão (13 mil).
O levantamento diz ainda que a cada 40 segundos uma pessoa comete suicídio e apenas 28 países do mundo possuem planos estratégicos de prevenção.
Para a OMS, o tabu em torno deste tipo de morte impede que famílias e governos abordem a questão abertamente e de forma eficaz. “Aumentar a conscientização e quebrar o tabu é uma das chaves para alguns países progredirem na luta contra esse tipo de morte”, diz o relatório.
O estudo da OMS aponta que os homens cometem mais suicídio que as mulheres. Nos países ricos, a taxa de mortalidade de pessoas do sexo masculino é três vezes maior que a de óbitos envolvendo o sexo feminino.
Sobre as causas, o relatório afirma que em países desenvolvidos a prática tem relação com desordens mentais provocadas especialmente por abuso de álcool e depressão. Já nos países mais pobres, as principais causas das mortes são a pressão e o estresse por problemas socioeconômicos.
Muitos casos envolvem ainda pessoas que tentam superar traumas vividos durante conflitos bélicos, desastres naturais, violência física ou mental, abuso ou isolamento.
Resposta nacional: de acordo com a OMS, uma maneira de dar uma resposta nacional a este tipo de morte é estabelecer uma estratégia de prevenção, como a restrição de acesso a meios utilizados para o suicídio (armas de fogo, pesticidas e medicamentos), redução do estigma e conscientização do público. Também é preciso fomentar a capacitação de profissionais da saúde, educadores e forças de segurança, segundo o estudo.
Para a agência, os serviços de saúde têm que incorporar a prevenção como componente central. “Os transtornos mentais e consumo nocivo de álcool contribuem para mais casos em todo o mundo. A identificação precoce e eficaz são fundamentais para conseguir que as pessoas recebam a atenção que necessitam”, publica o portal G1/SP.
Em seu canal no youtube podemos assistir a objetividade da atriz Mariana Xavier que afirma – 32 pessoas por dia cometem o suicídio no Brasil. A gente precisa mencionar sobre isso – com a mente e o coração bem aberto, porque você ou alguém que você conhece pode estar precisando muito de ajuda e nem perceber.
Ela ainda relembra que há duas ou três décadas o câncer, a aids e outras doenças sexualmente transmissíveis eram rodeadas de tabus, talvez, justamente por isso, o número de vítimas letais dessas enfermidades aumentavam notavelmente. Receber um diagnóstico desse era quase como receber uma sentença de morte, mas quanto mais medo se tinha de assumir e encarar a questão, mais grave ela ficava.
Hoje é o suicídio que carrega esse estigma de assunto proibido.
O número de suicídios vem crescendo tão absurdamente e é considerado um caso de saúde pública.
Tem sido um mal silencioso que as pessoas fogem do assunto e por medo ou desconhecimento não enxergam ou não levam a sério os sinais de que uma pessoa próxima está com pensamentos e comportamentos auto destrutivos.
Mariana ainda afirma que a boa notícia é que segundo a Organização Mundial da Saúde, 9 em cada 10 casos poderiam ser prevenidos.
Há pouco mais de um mês, Bruna Borges, uma estudante de 19 anos, no Acre, se matou ‘ao vivo’ no instagram, depois de dar vários sinais de seu descontentamento com a vida. Uma tragédia anunciada que talvez pudesse ser evitada com uma palavrinha mágica tão em falta no nosso mundo: EMPATIA.
Vivemos muito em função do nosso próprio umbigo, sendo incapaz de perceber a dor do outro. A gente tem uma tendência horrível de achar que os nossos valores, os nossos problemas, são os maiores do mundo, e que o dos outros são dramas, são ‘mimimi’. A gente ignora, a gente debocha, a gente minimiza a dor do outro para se sentir engraçado, se sentir superior, às vezes dá até para posar de altruísta engajado.
…Toda tentativa de suicídio, é sim, um pedido de ajuda, é um grito por socorro, mas frescura não.
Depressão não é brincadeira, não é modinha, não é mimimi e associada ao consumo de álcool e drogas é a causa de mais da metade de todos os suicídios.
Depressão é uma doença e precisa de tratamento psicológico e às vezes, psiquiátrico, e não tem nada de errado nisso.
A gente precisa derrubar mais esse tabu. Se temos uma dor de dente, corremos para o dentista, um problema nos olhos – oftalmologista. Por que então relutamos tanto em pedir socorro quando a dor é emocional?
Se o ato do suicídio parece violento para quem está observando de fora, imagina a intensidade do desespero interno de alguém que opta por essa atitude? Não dá para ignorar!
Muitas pessoas acreditam que tocando no assunto elas vão incentivar as práticas suicidas. Mas é justamente ao contrário – conversando abertamente com a pessoa que está passando por esse momento difícil, você pode fazer com que ela se sinta acolhida e tenha a oportunidade de ser verdadeiramente ajudada.
Esteja presente e apoie essa pessoa, converse, ouça muito, não julgue, não subestime o sofrimento dela. Não diga que é uma bobagem e daqui a pouco passa.
Demonstre que você se importa, recomende e ajude essa pessoa a encontrar um profissional, enfatiza a atriz Mariana Xavier.
Na cidade de Perdões temos o CERSAM – Centro de Referência de Saúde Mental que também é um apoio muito grande para famílias e aqueles que tem ideias autodestrutivas. Com profissionais capacitados para atender e orientar aqueles que o procuram.
A reportagem do Jornal VOZ entrou em contato com a psicóloga Dra. Vera Luiza Bartels que atua no Cersam, uma profissional com credibilidade à toda prova, onde muitos procuram orientação e também desabafam.
Em entrevista, a Dr.Vera nos destacou que:
”O Cersam de Perdões realiza um trabalho contínuo de Acolhimento de segunda à sexta-feira no horário de 7h às 18 horas. É um espaço aberto para a escuta qualificada e o acompanhamento das pessoas que passam por dificuldades psíquicas e necessitam de ajuda profissional. Funciona em sistema de plantão onde é feita a primeira conversa com psicólogas com experiência em Saúde Mental. O acompanhamento é feito de maneira intensiva, semi intensiva ou não intensiva – dependendo da gravidade do caso – onde o sujeito pode ter a oportunidade de resignificar sua vida, suas escolhas, desejos e dificuldades .
O apoio da família é fundamental. É muito comum as pessoas irem se fechando diante dos problemas e se calando, entrando até em quadros depressivos silenciosos e nunca compartilhados com ninguém. O importante é buscar ajuda a tempo, antes que o indivíduo se veja impotente diante do sofrimento e incapaz de sair da depressão . Falar, buscar ajuda e aceitar ajuda são formas boas de prevenção de atos radicais, como as tentativas de auto extermínio.
Muitas pessoas não suicidam porque querem morrer, mas para ficarem livres de várias dores”, conclui a Dra.Vera.
Julgue menos, compreenda mais. Valorize a vida!


O CVV – Centro de Valorização da Vida também está disponível 24 horas para ajudar.
Ligue 141 ou acesse o site www.cvv.org.br

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