Chico Buarque canta no tom de “lá” como seria o amor: “não se afobe não, que nada é pra já. O amor não tem pressa, ele pode esperar. Em silêncio, num fundo de armário.” Consequentemente, o amor é sempre o assunto mais interessante, não só por ele mesmo mas por que confere interesse a tudo. Se você prefere fala de política, é por que ama política. Se você ama fala de futebol, é por que ama futebol. É o amor que torna a vida interessante, então, não é difícil arrancar suspiros da plateia, quando se anuncia o tema da plateia: O AMOR. Mas haverá quem não concorde completamente, haverá quem associe o amor a uma espécie de apego, isso é nefasto para a vida. Aquele enamoramento de 24 horas por dia com a pessoa amada na cabeça, levanta às 3 horas da manhã pra ir ao banheiro e a figura da pessoa amada aparece no espelho e ela não se desprega. Ai é terrível, porque as oscilações afetivas de quem ama, acabam condicionadas pelas oscilações afetivas do amado.
E se o amado estiver triste, você entristece.
E ai você se submete a uma lógica que não controla. E vai que o amado esteja de bode e ai, você se vê sem chão e sem fala, da possibilidade do amado não amar como você. Então, é claro, sua presença pra ele é quase uma indiferença. Assim pensavam os filósofos antigos, o amor apego é o pior do males que pode acontecer a alguém. Pois, você ama tanto alguém, e essa pessoa munda (muda tão rápido), que seu amor acaba ficando sem objeto. Você ama apenas a lembrança de como ele era e a imagem que sobrou, por que ele se transformou num canalha. O trânsito do amado deixa o amante sem objeto. E esse amor apego pode de fato trazer imensas satisfações, quando ele é correspondido e quando a presença nos alegra. Ele costuma acontecer e, proporciona momentos de ganhos de potencias incríveis.
Mas vamos combinar, essa é a exceção. A regra é que costumamos a nos apaixonar, por quem nos esnoba. Por que nos aparece e depois vai embora. Ai você pode escolher: ou você passa uma vida sem se apegar, ou você passa uma vida se apegando.
Você pode escolher: entre o tédio de uma vida completamente sem graça ou as tristezas de uma vida marcada por sentimentos que corroem até a alma até sangra. O assunto pode ser estudado através do professor de filosofia da USP, Clóvis de Barros.
Bruno Cardoso
Bacharel em Filosofia – Universidade Federal de Ouro Preto.
Bacharel em Relações Internacionais- Universidade Federal do Pampa.
MBA em Comércio Exterior e Negócios Internacionais – PUC/Minas