Iniciamos no final de Janeiro 2021 uma série de biografias onde a cada edição compartilhamos as história das nossas associadas. Assim, dando continuidade, hoje vamos contar um pouquinho do cotidiano da nossa associada Luciana Arriel.
Luciana conta que quando criança teve o privilégio de morar com seus pais Lenir Arriel e Orlando Arriel na Fazenda Cachoeira da Bela Vista (ou Cachoeira da onça como era conhecida). A propriedade está situada no Distrito de São Sebastião da Estrela. Sua infância foi moldada em um ambiente em que dividia seu tempo no cuidado das tarefas da fazenda com as brincadeiras, experiências essas que são referência para a sua construção enquanto ser humano.
Desde muito cedo seus pais sempre evidenciaram a importância dos estudos, e com tristeza expõe “infelizmente meu pai não participou da minha formatura em Administração de Empresas”. Quando começou a ir para a escola, descreve que não foi fácil, pois como a propriedade era distante foi necessário que Luciana fosse morar na casa dos seus avós. Com o passar do tempo conseguiram com a ajuda da Prefeitura passagem em um ônibus intermunicipal que passava próximo a propriedade facilitando seu trajeto entre sua casa e a escola.
Luciana descreve que saíam de casa de madrugada e voltavam no início da tarde, “eu, minhas duas irmãs e uma amiga que morava perto (Elaine) quando voltava era hora de cuidar dos animais, sempre gostei de cavalo, coelho e cachorro, foi uma infância muito feliz, só tenho a agradecer”.
Relata que mesmo trabalhando e fazendo faculdade ia todos os finais de semana ajudar seus pais, e fala com amor, admiração e saudade de seu pai “meu pai era um grande homem que adorava a vida, lembro dele com o coração apertado, foi morar com Deus tão cedo e tivemos que alugar a propriedade”.
Em parceria com o esposo conseguiram comprar uma pequena propriedade na Comunidade do Cerrado, próxima a Perdões. Toda orgulhosa nos conta “no começo havia só uma casa e pasto, hoje produzem boa parte das verduras e frutas (especialmente banana) que consomem”.
Luciana ainda nos confidencia: “sempre gostei de plantar, hoje tenho uma pequena plantação de bananas que consigo conciliar com o meu dia a dia de serviço. Participo das entregas do Projeto PAA e presto trabalho voluntário na Amagri, contribuindo com a valorização e divulgação do trabalho da mulher do campo”.
Luciana deixa a seguinte mensagem: Agradeço a Deus a família maravilhosa que tenho, aos amigos de infância e os que a vida foi colocando no meu caminho. Agradeço a oportunidade de participar da AMAGRI auxiliando a gerar valor as pessoas envolvidas.
A história da Luciana nos faz mergulhar nas profundezas de viver no campo. Nos proporciona a essência do amor que a família é na vida dela por meio da qual a motiva fazer diferente e a inspirar outras mulheres. Ela evidencia que com muito trabalho, simplicidade e empenho foi possível estudar transformar sua própria vida e ao seu redor.
*Jucilaine Neves Sousa Wivaldo
Colaboradora Voluntária Da Associação das Mulheres Agricultoras de Perdões-MG.
Assistente Social Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social de Perdões-MG.
Mestre em Desenvolvimento Sustentável e Extensão – UFLA.
Pesquisadora no Programa de Extensão Observatório de Políticas Públicas da Universidade Federal de Lavras.
