Aspectos psicológicos da pandemia na família

3 de maio de 2021 14:53 250

Devido ao isolamento social, as crianças e os adolescentes acabam ficando o tempo todo em casa e aí podem surgir sinais/sintomas de estresse psicológico. Quanto maior o confinamento, maiores são as chances de alguma alteração acontecer. Com esse novo cenário, muitos pais estão tendo que se adaptar a uma nova rotina diária com seus filhos e isso tem repercussão direta na saúde mental das crianças, dos adolescentes e dos pais.

Em relação à saúde mental das crianças, os aspectos que os pais mais devem ficar atentos é se há alguma alteração no comportamento do filho. Para isso os pais devem estar atentos e praticarem a escuta empática.
Para minimizar os efeitos do estresse psicológico que o confinamento produz nos filhos (tais como a ansiedade e problemas de sono por exemplo), é fundamental que os pais estabeleçam uma rotina para os filhos.
Muitas escolas estão oferecendo a modalidade de ensino a distância neste momento e os pais devem ter uma participação ativa nesse processo. É importante que os adultos deixem claro aos filhos que esse período em que não há aulas presenciais não se caracteriza “férias”. É importante estabelecer uma rotina de estudo com eles, leituras de livros, quadrinhos, atividades lúdicas em que eles possam expressar seus medos, anseios e desejos. Também é importante estimular que as crianças participem das tarefas domésticas para que elas se sintam participantes ativas e aprendam a ter responsabilidades. Para que haja uma relação saudável entre pais e filhos, especialmente nesse momento de isolamento social, os pais devem, primeiramente, procurar ter uma postura mais flexível consigo mesmos, pois, muitos tem que trabalhar em casa e isso se torna difícil com as crianças por perto. Por isso a importância do diálogo e de acordos entre eles para que a criança respeite o horário dos pais, pois sabemos que a saúde mental dos pais é fator de proteção para os filhos.

Nesse período de isolamento social, a família tem a oportunidade de estar mais tempo junta e então aproveitar para realizar brincadeiras, atividades lúdicas, atividades domésticas, atividades físicas, comunicar-se por vídeo-chamada com amigos e parentes. As crianças geralmente gostam de contato físico com quem eles tem uma relação afetiva, e por isso, nesse momento em que isso não é possível, as crianças podem ficar mais ansiosas e incomodadas. É importante que os pais estimulem o contato mesmo que virtual com familiares e amigos para que os filhos não se sintam tão sozinhos nesse momento.
Informar às crianças a respeito do que está acontecendo nesse momento é importante, mas igualmente importante, é evitar o excesso dessas informações que podem levar a sentimentos de ansiedade e medo.
Crianças pequenas por exemplo, não tem a clareza de informações que os adultos têm, mas elas sabem que tem algo estranho acontecendo e é importante que os adultos não as subestimem.

A criança capta olhares, tom de voz, a mudança de comportamento dos pais por isso existe a necessidade de explicar aos filhos o que está acontecendo e falar das medidas de proteção, mas cuidado para que estas orientações e explicações não sejam em tom alarmista, mas sim de asseguramento, que é o que a criança mais precisa nesse momento.
Cabe aos pais se manterem tranquilos para ajudar as crianças nesse período e estimular seus filhos a olharem mais para si. Juntos precisam refletir o que podem aprender com esse período complexo pelo qual estamos passando.

por APAE de Perdões

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