O Jornal VOZ está publicando entrevistas com representantes das equipes de futebol que estão participando do 9ºCampeonato de Futebol Amador de Perdões. É uma iniciativa do VOZ e nessa edição conversamos com o presidente e técnico da Associação Esporte Clube Canaverdense, Sr.João Marçal Ventura, 78 anos e um de seus netos, Flamarion Egídio, que joga nesse time.
Sr.Marçal está na Associação E.C.Canaverdense desde a sua fundação em 1961, e mesmo trabalhando por um tempo em outras cidades como Aracajú/SE e em Furnas, nunca largou a equipe. Sempre atuou no esporte.
Ele destaca que é muito querido na região e quando vai jogar em amistosos em outras cidades, todos o recebem com muito carinho e seu time é conhecido como prata fina.
Recorda que jogava desde jovem e depois que foi para o exército, na ESA em Três Corações em 1956, adquiriu mais sabedoria.
Relembra que em 1965 jogou por um ano no Independente Esporte Clube de Perdões, pelo time do IBC, quando lá trabalhava.
A entrevista foi agendada para ser realizada na casa do Sr.Marçal, na cidade de Cana Verde, e no dia, ele nos aguardava sentado no banquinho no portão de sua residência.
Lá dentro, netas e netos que fazem parte da equipe que está disputando o 9º Campeonato de Futebol Amador de Perdões.
O tesoureiro Valdenir Alexandre Soares e outros jogadores também estavam no quintal da sua casa. Uma família de atletas.
Jornal VOZ: Como surgiu o nome Associação Esporte Clube Canaverdense?
Sr.Marçal: Quem deu esse nome ao time foi o Sr.Dácio de Bastos Freire.
Jornal VOZ: Para chegar até aqui, passaram por muitas dificuldades?
Sr.Marçal: Teve. Já tiramos dinheiro do bolso para manter o time. A família ajudando a pagar a bola.
Até hoje temos dificuldades. A gente conversou com todos, cada um do time colabora com a mensalidade de R$10,00.
Valdenir: Temos muitas dificuldades, mas entre nós mesmos, com as mensalidades e ajuda do Sr.Marçal, evoluimos no time.
O que prevalece é o amor ao time. Saí por uns tempos, mas voltei e estarei firme com eles sempre, se Deus quiser!
Jornal VOZ: Vocês já participaram de outros campeonatos fora de Cana Verde?
Sr.Marçal: Não! Só disputamos aqui. Fomos vice-campeões três vezes.
Fomos campeões em 1968 em cima do Benfica.
Jornal VOZ: Desde quando você está na equipe?
Flamarion: Desde menino, aos 7 anos, hoje tenho 22 anos. O esporte representa tudo para mim, graças a Deus.
Jornal VOZ: Vocês têm um tempo para treinar?
Sr.Marçal: Treinamos às terças e quintas-feiras. Às 17h todos chegam com o material. É muito bem organizado. É um time de família – temos disciplina e entendemos que futebol é saúde.
Jornal VOZ: Nesse campeonato em Perdões, a equipe da AECC tem se sobressaído com muitos gols. Vocês tem jogadores de outras cidades?
Sr.Marçal: Não! É tudo prata da casa.
Jornal VOZ: Entre esses troféus, tem algum com um significado mais especial?
Sr.Marçal: Esse que ganhamos no campo do Didi Simão, contra o time do Palestra.
Jornal VOZ: É a primeira vez que vocês estão participando de campeonato fora da cidade de Cana Verde?
Sr.Marçal: Sim. É a primeira vez. Já participamos de amistosos fora daqui.
Jornal VOZ: Flamarion, o que significa estar ao lado de seu avô e fazendo parte dessa equipe do Canaverdense?
Flamarion: Significa tudo. Tudo o que sabemos sobre bola, nós aprendemos com ele desde pequenos. Hoje só tem família no time e todo mundo coopera com todo mundo, graças a Deus!
Jornal VOZ: O esporte é valorizado como deve ser?
Sr.Marçal: O esporte é bem valorizado, mas falta apoio, principalmente aqui na cidade.
A gente luta muito com esses meninos e nunca teve apoio para um transporte, um ônibus para que pudéssemos jogar em outra cidade.
Flamarion: Não é valorizado como deveria, mas nós continuamos na luta, somos organizados. Tem time que se forma só quando tem campeonato e nós temos muitos anos, sempre estamos aí, perdendo ou ganhando, não desistimos nunca.
Jornal VOZ: Após esse campeonato, vocês têm intenção em jogar em outros campeonatos?
Sr.Marçal: Temos sim. Hoje mesmo (04/04) recebemos um telefonema de Nepomuceno, para fazer um amistoso lá.
Jornal VOZ: Suas considerações
Sr.Marçal: Aqui na cidade o pessoal procura muito a gente. Uns jogam ”pedra”, mas a maioria nos apoia bastante, como o Silvano que jogou muito futebol para fora, seu pai também é muito amigo da gente; o Tom, filho do Dácio, sempre chama a gente para estar conversando.
Amamos o que fazemos no esporte!