DESAFIOS E PERSPECTIVAS DO MERCADO DE PLANOS ODONTOLÓGICOS PARA 2017

23 de janeiro de 2017 13:06 1811

Com poucos anos de existência, os planos odontológicos ainda possuem enorme potencial para continuar crescendo no país. O segmento teve um incremento de 2,4% em agosto de 2016, Júlio Cesar Felipe%2c CEO da Caixa Seguradora Odontocomparado com o mesmo período do ano passado. No entanto, para termos uma ideia, de acordo com a ANS, cerca de 22 milhões de brasileiros possuem o benefício, o que representa, aproximadamente, apenas 10% da população. Há 10 anos, o número de beneficiários não ultrapassava os oito milhões. Nos Estados Unidos, por exemplo, 66% da população conta com plano odontológico. Mesmo com um crescimento exponencial entre 2006 e 2016, os números mostram que há, ainda, um imenso mercado a ser desbravado.
Na minha visão, a grande possibilidade de expansão dos planos odontológicos nos próximos anos está no setor empresarial, uma vez que diversas organizações estão contratando o serviço como política de retenção dos colaboradores. Vale destacar que o benefício está entre as quatro principais opções oferecidas pelas empresas atualmente. Além de contribuir na retenção de talentos, a assistência odontológica reduz o absenteísmo e colabora com a melhoria da qualidade de vida dos funcionários e familiares.
No entanto, o principal obstáculo para essa ampliação está na crise econômica que assola o Brasil. Explico o motivo: em mercado onde os planos empresariais respondem por mais de 70% do total dos planos odontológicos do país, o segmento, assim como no caso dos planos de saúde, acaba ficando dependente do nível da atividade empregatícia para crescer de forma acentuada. Como estamos em momento em que os índices de desemprego batem seguidos recordes, o avanço desse mercado fica prejudicado. Diante de tal realidade, o grande desafio é lidar com esse cenário, que reflete diretamente na redução do consumo.
 Então, para se prevenir do momento econômico desafiador, é preciso focar na qualidade de atendimento, investimento, parcerias e serviço prestado. O bom desempenho do setor está ligado diretamente aos fatores citados. Além da procura por novos clientes, é preciso focar na entrega de um serviço de excelência para quem já é cliente, seja ele uma pessoa física ou jurídica.
 Acredito que, com a retomada da atividade econômica em 2017 e, principalmente em 2018, o mercado de planos odontológicos tem tudo para se consolidar ainda mais no país.  Além da questão das lacunas a serem preenchidas, conta a favor dos planos odontológicos o fato do serviço ter custo final menor para consumidores e empresas e de ser um produto relativamente novo, na comparação com os planos de saúde.Outro desafio está no trabalho de conscientização sobre a importância de ir ao dentista frequentemente. Segundo dados divulgados pelo IBGE em 2015, mais da metade (55,6%) dos brasileiros não se consulta anualmente com um dentista, mesmo com o país tendo a maior quantidade de profissionais do setor no planeta.
Também vale citar pesquisa recente feita pelo Conselho Federal de Odontologia (CFO), que revelou que cerca de 20 milhões de brasileiros nunca foram ao dentista. Os dados alarmantes evidenciam que também é preciso disseminar o conceito de que a consulta ao dentista é não só uma questão de estética, mas especialmente de saúde. O diálogo entre os profissionais do setor é um caminho para a construção de um setor suplementar comprometido com a promoção da saúde bucal.
 Por fim, destaco que a exigência cada vez maior do mercado de saúde suplementar demanda que os profissionais e as empresas do segmento estejam em constante atualização. O múltiplo conhecimento e o foco em inovação são fatores essenciais para acompanhar e prosperar em um mercado cada vez mais competitivo.


*Por Júlio Cesar Felipe, CEO da Caixa Seguradora Odonto

Compartilhe este artigo