No dia 15 de maio às 19h, foi realizada uma reunião entre a diretoria da Santa Casa, Conselho Fiscal e Vereadores na sala de reunião ‘Otávio Alvarenga’ da Santa Casa.
O provedor da Santa Casa, Aderlei José Freire abriu a reunião e expôs a situação atual do hospital no que se refere ao serviço de obstetrícia que não vem sendo realizado em Perdões, mas na cidade de Oliveira.
No mês de abril, algumas mulheres grávidas estiveram na redação do Jornal VOZ porque queriam ter seus filhos na cidade de Perdões e como não tinham condições de pagar um obstetra particular, e a Santa Casa não tendo obstetra na cidade, as encaminharia para a cidade de Oliveira.
A reportagem do VOZ entrou em contato com o secretário de Saúde, Jeferson Almeida e com o provedor da Santa Cada, Aderlei Freire e pediu um esclarecimento porque parou com esse serviço e quando resolveriam esse problema (publicado na edição 647 de 29 de abril de 2017)- ”Queremos um(a) obstreta para nossa cidade! Reivindicam mulheres grávidas de Perdões”.
Nesse mesmo dia da entrevista, a diretoria da Santa Casa esteve presente na Câmara de Perdões, mas não puderam se pronunciar, porque conforme a Câmara, não haviam agendado.
A Câmara depois fez o convite e dessa vez, alguns membros da diretoria não puderam comparecer, justificando por ofício. Foi marcada uma reunião para o dia 15 de maio.
Na Reunião Ordinária do Dia 08 de maio, o presidente da Câmara de Perdões, Marcos Tadeu, sugeriu que a reunião do dia 15, não fosse na Câmara, mas na Santa Casa e teve o acordo de todos os vereadores.
Nessa reunião do dia 15, na Santa Casa, após a abertura pelo provedor Aderlei, o vereador Rodrigo Santos, perguntou ao mesmo qual o valor que o hospital precisa para ter o serviço de obstetrícia e Aderlei respondeu que para restabelecer o serviço de ginecologia e obstetrícia precisa de mais R$40 mil.
‘‘Hoje recebemos pelo P.A – Pronto Antendimento, através da Prefeitura, R$130 mil, o que seria uma responsabilidade da prefeitura, a Santa Casa presta esse serviço para a prefeitura e recebe R$130 mil. Esse valor não seria suficiente nem para o P.A.
Se formos colocar o P.A na ponta do lápis, seria R$170 mil por mês. A gente complementa esse restante com o valor arrecadado do carnê’’, informa Aderlei.
O Sr.Hygino Carvalho que faz parte da diretoria da Santa Casa perguntou para o provedor em que pé está a implantação do serviço de obstetrícia e se depende só da prefeitura, no que Aderlei respondeu que ‘‘depende de alguém viabilizar financeiramente os R$40 mil, pois quem tem obrigação de fornecer esse serviço é a Prefeitura, através da Secretaria de Saúde.
A Prefeitura está oferecendo o serviço, só que em outro município’’, completa Aderlei.
Ricardo que também faz parte da diretoria esclarece que a Prefeitura paga um valor mensal de R$12 mil para a cidade de Oliveira, afim de realizar os atendimentos.
O vereador Helton quis saber se a Santa Casa tem alguma reserva e o provedor respondeu que não tem e estão no limite para entrar em déficit financeiro e isso não irão fazer, se chegar a esse ponto, irão cortar serviços, segundo Aderlei e diretoria.
Dra.Laura fez a sua colocação com conhecimento de causa. Falou da sua experiência de quase 30 anos de técnica e financeira da Santa Casa, expôs a situação dos profissionais que trabalham no hospital e com ênfase chamou todos de corajosos.
Citou que ”nós somos gestão plena de saúde, sem ter condição de ser gestão plena de saúde.
‘‘Gestão plena de saúde tem que oferecer todo serviço básico e parte da complexidade médio – obstetrícia é serviço básico, numa cidade que tem um hospital. Nós não temos obstetrícia por que?
A Dr. Vera ‘aguentou’ aqui sozinha, o Dr.Eduardo ‘aguentou’ sozinho muito tempo, mas o tempo passa…sem desfazer dos médicos de fora, pois tem muito médico de fora que é bom, não temos plantonistas perdoenses, a não ser a Dra.Juliane que assumiu Perdões.
Os que são de fora, quando eles vão embora, o paciente fica na cidade. Outra coisa: a Santa Casa loca o pronto atendimento da Prefeitura. Como é gestão plena de saúde, a Prefeitura tem obrigação de manter o Pronto Atendimento. Na Lei Orgânica vocês leem isso.
Plantão – pague-se bem, mas é o que a região paga, porque se não pagar igual, ninguém fica aqui…’’ ressalta Dra.Laura, após esclarecer muito mais sobre o andamento da Santa Casa. Todos a ouviram atentamente.
O presidente da Câmara, Marcos Tadeu, reconheceu todo o trabalho da Santa Casa e afirmou que ele e os demais vereadores estavam lá para buscar alguma coisa em que pudessem ajudar ‘‘ o que a Dra.Laura citou é uma realidade do nosso país…temos que juntar forças, já procurei o secretário de Saúde para agilizar e melhorar o que estão referindo sobre a Santa Casa e também os postos de saúde’’ conclui o presidente da Câmara.
Importante ressaltar que essa reunião foi benéfica na medida que foram apresentadas as carências tanto da Santa Casa, como nos postos de saúde.
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Dr.Ewerton, médico plantonista explanou sobre o número de atendimentos nos plantões e a
necessidade de mais profissionais. Assim como a Dra.Laura, mostrou que é necessário um olhar ‘‘especial’’ na saúde, pois o número de pacientes atendidos todos os dias nos plantões do hospital só tem aumentado.