E se a vida aqui na terra pudesse ser leve e tudo certinho?
Se pudesse ser cheia de alegria, de amor, mas amor por tudo e por todos?
Se o trabalho não fosse escravo e a corrida não fosse atrás do dinheiro?
Se o materialismo fosse insignificante perante a grandeza da alma e que todos pudessem constatar essa verdade?
E se não houvesse disputa e o primeiro lugar fosse de todos?
Se divertir não precisasse se embebedar e o prazer ficaria só por conta da alegria de estar com os amigos e com a família?
E se a beleza não tivesse padrão, mas que poderia vê-la num olhar, num gesto, numa atitude e principalmente na alma?
Se a arte pudesse mostrar claramente os diversos dons que a vida oferece a cada um e que todos pudessem entender e cultivar?
E se não houvesse críticas, inveja, ciúme, mas sim incentivo, sinceridade, confiança e aplausos?
E se a música levasse para o coração a beleza, a magia envolvente das notas, dos acordes e que dança-la seria somente levar alegria e deixar que o corpo expressasse o agradecimento de se sentir pleno de emoção?
E se aqui, pudéssemos viver com certeza e consciência que preservar a natureza estaria preservando também nosso bem estar, pois dela poderíamos retirar tudo que precisamos para nossa sobrevivência?
E se ninguém precisasse tirar do outro o que ele conquistou com seu trabalho, pois todos teriam a chance de adquirir e realizar seus sonhos e que estes sonhos estariam ao alcance de todos?
E se todos ao desejar um bom dia, que esse dia pudesse realmente ser bom. Uma boa noite se a noite fosse boa para todos repousarem com dignidade, numa cama macia e confortável.
E se sarjeta fosse como ao pé da letra, o meio-fio-de-calçada e não o amparo para os desvalidos?
E se todos tivessem suas casas e que o cheiro de quitandas fresquinhas e comida quentinha fosse a marca registrada dos lares felizes?
E se a vida fosse certinha, certinha, que a paz reinasse sempre e que ela nos apontasse um caminho para a evolução? Talvez ela mesma não soubesse onde começa e onde termina…
E se, e se? Enfim não seria tão fácil assim!
Ilza Silveira