Léo Cafundó e Marquinho: música é o sentimento da alma

31 de outubro de 2016 9:53 1933

Uma dupla que vem fazendo sucesso por onde se apresenta, tendo as músicas do seu CD tocadas nas rádios de Perdões, Nepomuceno, Campo Belo, Bom Sucesso e Monteiro Lobato.
No último dia 22, sábado, o lançamento do CD “Sentimento” de Léo Cafundó e Marquinho foi um sucesso.
Israel Aparecido Procópio, o Léo Cafundó, 56 anos, paulistano, há 10 anos morando em Perdões, cidadão honorário perdoense, título concedido pela Câmara Municipal de Perdões, marido da Tiana, pai da Camila e da Carla.
Antonio Marques Rodrigues, 42 anos, perdoense, marido da Gislaine e pai do João Lucas.
Antes da entrevista a reportagem do VOZ foi recebida com muito carinho e atenção pela esposa do Léo, Tiana, suas filhas e um delicioso café.
A entrevista foi na sala da casa do Léo Cafundó, o mesmo local em que ensina viola e violão para tantos alunos.


Jornal Voz: Como você iniciou na música e quem o incentivou?
Léo Cafundó: Comecei com 8 anos, aprendendo violão com meu pai que era violeiro, foi músico profissional. Meus avós, meus tios também eram músicos.
Lembro que aos 8 anos fiz minha primeira apresentação cantando com ele.
Na época era engraçado porque não tinha essa facilidade de microfone, como desligar as coisas, e era um só, numa Associação Amigos do Bairro, e lembro que para cantar com meu pai, subi em cima de uma cadeira, para ficar na altura dele e assim sair as duas vozes no mesmo microfone.
Marquinho: Na minha família, tanto na parte do meu pai como na parte da minha mãe, pessoas que não eram músicos profissionais, mas faziam serenatas, meu avô, vem passando de gerações. Mas descobri o dom para cantar, foi na escola há uns vinte anos atrás durante as gincanas. Colocaram-me para cantar e o pessoal gostou.
Sempre nesse estilo sertanejo que era o que a gente sempre ouvia em casa, na época do rádio, no programa do Zé Betio.
Jornal VOZ: Você também Léo, sempre cantou esse estilo?
Léo Cafundó: Sempre ouvindo e cantando música de viola e raiz, graças a Deus, música verdadeiramente sertaneja de raiz.
Jornal VOZ: Como surgiu Léo Cafundó?
Léo Cafundó: Surgiu em São José dos Campos, no subdistrito São Francisco Xavier. Lá morei por uns tempos, em um bairro que se chama Bairro do Cafundó. Na época estava ministrando aula de violão pela Fundação Cultural Cassiano Ricardo de São José dos Campos e tinha um amigo meu, que é parceiro das composições do CD hoje em dia, que se chama Quinzinho Viola, que dava aula de viola e em determinado momento resolvemos fazer um trabalho juntos com o violão e a viola para levar umas mensagens legais. Aí criou aquela dúvida como seria o nome. Quinzinho Viola, tudo bem, eu , todos chamavam apenas de Léo. Aí ficou a dúvida – Léo Procópio? Não!
Na fundação cultural tinha uma parte que era o museu de arte da cidade, uma pessoa de lá sugeriu – Léo Cafundó. Na hora não aceitei tal nome, mas a pessoa usou o argumento de que fazia uma referência do local que eu estava desenvolvendo o meu trabalho e se pensar por outro lado – é mais fácil esquecer o nome Léo do que esquecer o nome Cafundó. No início a contragosto, mas acabei gostando do nome.
Hoje sou muito feliz em ser Léo Cafundó.
Jornal VOZ: Como você e o Léo se conheceram?
Marquinho: Conheço-o há uns 2 anos, porque somos vizinhos e eu sempre tive vontade de fazer aula de violão, mas até então, nunca tinha um professor de viola.
Quando descobri que morava um professor de violão tão perto da minha casa, fiz a matrícula e comecei as aulas. Nessas aulas de violão, a gente começa a cantar algumas músicas para dar ritmo ao que está aprendendo. Aí ele falou que eu tinha um timbre de voz interessante. Perguntou se eu cantava com alguém ou já havia cantado. Disse-lhe que já tinha cantado com João Geraldo há muito tempo atrás, onde fazíamos shows.
Aí o Léo sugeriu para que ensaiássemos para ver se o timbre de voz combinava. A partir daí, marcamos alguns ensaios e dando certo, chegamos até o CD.
Jornal VOZ: Você vive exclusivamente de música?
Léo Cafundó: Sim, exclusivamente de música. Respiro música durante 24 horas. Trabalho atualmente com alguns alunos aqui na minha casa – uma média de 20 a 25 alunos particulares com aulas individuais; trabalho na escola NAI há cerca de 5 anos; trabalho também há 5 anos e 5 meses no CRAS II que atende de cinco a seis bairros do lado de cá da rodovia.
Faço um trabalho voluntário na APAE – Perdões há alguns anos – Todas as quartas-feira, das 08 às 09 horas temos um coral.
Temos a Orquestra de Viola e Violão do Cafundó. Temos um compromisso não só dos meus músicos, mas da minha família também – a gente vai na liturgia, na Vila Vicentina, todo o último domingo do mês, às 10 horas da manhã. Inclusive quem estiver lendo sobre isso aqui, está convidado a ir até lá para rezar, cantar, tocar com a gente.
E quando sobra um tempo, toco viola sozinho.
Marquinho: Eu trabalhava numa loja agropecuária, recentemente saí e estou montando uma lojinha para mim, no mesmo ramo de negócio, há dois meses – saio bem cedo e volto às seis da noite.
Jornal VOZ: O CD de vocês – “Sentimentos”, quando iniciou a sua produção?
Léo Cafundó: Há cerca de um ano.
Há dois anos, como o Marquinho falou, conversamos sobre montar um trabalho de dupla e a proposta era fazer música raiz regional, mas num estilo próprio, por exemplo, quando a gente cantasse uma música de Milionário e José Rico, ninguém falasse assim “nossa, eles cantam igualzinho o Zé Rico”, porque ao mesmo tempo a gente poderia cantar músicas de Mato Grosso e Mathias, Pedro Bento, Tião Carreiro.
Conseguimos criar um estilo e muito legal porque lembra as músicas, mas não a interpretação deles, ou seja, dos artistas.
Resolvemos fazer o CD, pesquisar o local e fizemos questão que fosse aqui em Perdões, com o Amaury Jr – produtor que tem o estúdio de produção, muito capacitado, ele entende de música e o que a gente queria fazer. Foi um ano para chegar no ‘finalmente’ – ou seja, no CD gravado.
Nosso CD é de músicas inéditas e apenas uma que é de domínio público – Cuitelinho; Sentimento (Léo Cafundó), Estrela da Manhã (Léo Cafundó/Quinzinho Viola), Pedacinho do Mundo (Simão) e Por ti (Antônio Fernandes). Aliás, Antônio Fernandes é radialista de Nepomuceno.
A ideia de trazer coisas novas, mas falando de coisas antigas. Inclusive uma das músicas que leva o nome do CD Sentimento é uma composição minha em homenagem à três grandes violeiros que fizeram parte da minha vida (não estão aqui de corpo presente, mas são eternos em meu coração e pensamento): Rondon, Fagner Simão e Procópio – meu eterno mestre da vida!
Jornal VOZ: Vocês ensaiam regularmente?
Marquinho: Isso depende. Quando foi para gravar o CD era mais intenso, ou quando vamos apresentar algum show, ensaiamos de duas há quatro vezes por semana. Fora isso, não passamos uma semana sem ter ensaio. No caso, como o Léo tem a Orquestra, ou ensaiamos por ela, ou pela dupla, pesquisando músicas novas para o repertório.
Jornal VOZ: E durante esses ensaios, há discussões?
Léo Cafundó: Não, por incrível que pareça, por isso que está dando certo a dupla, porque a gente tem o mesmo objetivo.
Temos trocas de ideias, o Marquinho é um estudioso, pois passo uma música para ele e depois de três dias ele está cantando a música também. Nos ensaios fazemos valer o nosso timbre, a nossa identidade em cima daquela música.
Jornal VOZ: O que significa música para você?
Marquinho: Sempre gostei muito de música, desde criança. Na época ouvia só o rádio porque não tinha televisão. Depois que conheci como que é você interpretar uma música, você poder tocar um violão, ter um acompanhamento – onde passei a gostar mais ainda de música. Música é tudo!
Léo Cafundó: Música é tudo! Tudo! (Léo fica emocionado). Música é prioridade!
Jornal VOZ: Vocês lançaram o CD Sentimento e estão com algum projeto para o futuro?
Léo Cafundó: Sim. Estamos conseguindo divulgar em várias rádios, além de Perdões.
Com a Orquestra já temos um compromisso agendado para gravar na Canção Nova Sertaneja. Só falta confirmar a data, mas a papelada já foi enviada, ou seja, as autorizações dos pais para os componentes menores de idade.
A Orquestra anima o aluno a ficar pronto. Ele começa a estudar, vai se aprimorando, conhecendo o palco, o público. E a dupla desperta o aluno que está na Orquestra.
No lançamento do CD, lá no Mirante, no último dia 22, fiz questão de colocar o Fabiano Faustino que é um dos músicos da Orquestra, da dupla – porque a dupla sou eu, o Marquinho com 3 músicos de origem da Orquestra – a Gleici, a Amandinha e o Fabiano.
O Fabiano tem um diferencial e acredito que em breve comece a fazer um trabalho separado, igual a gente. Fiz questão que ele cantasse duas músicas lá, por isso.
Da Orquestra saem outros projetos, pois temos muita gente talentosa lá.
Jornal VOZ: Como fazer para comprar o CD?
Léo Cafundó: Tem na loja do Marquinho – Avenida Régis Bittencourt, 1464, ao lado da Reboco Clube da Casa.
Marquinho: Estou na loja à disposição para atender a todos!
Jornal VOZ: Considerações
Léo Cafundó: Queremos agradecer os parceiros, as empresas que nos ajudaram, pois foi muito importante. Sem eles, seria muito mais difícil. O Jornal VOZ sempre com a gente. Temos gratidão por isso.
A VertSul, na pessoa do Serginho, principalmente. O programa do Rodrigo Fidélis todo mundo ouve e comenta. Mas o Serginho desde a primeira vez, antes de tudo, nos deu todo o apoio, disse que acompanhava o nosso trabalho, então, são pessoas importantíssimas.
Os apoiadores – Perdões em todo o segmento sempre tem alguém ali que está apoiando a gente, tanto das empresas patrocinadoras do CD, mas também no ouvir. Quando você tenta fazer um projeto, é legal trocar ideia com alguém.


Serviço: Cd Sentimento – Léo Cafundó e Marquinho
Contatos: [email protected]
Telefone: (35) 9 9829-8327/ (35) 9 9721-6226

Compartilhe este artigo