O medo sempre fez parte da criação, ele nos aguça o instinto de conservação pois quando nos aproximamos do perigo é o medo que nos orienta a ter o cuidado necessário para não sucumbi
r física ou moralmente.Este sentimento se manifesta de várias maneiras em nossa vida e muitas vezes toma proporções tais que se transforma em fobia, em pânico, insegurança etc…
O homem primitivo manifestava seu medo respeitando o que não poderia explicar, para ele os elementos da natureza como trovão, chuva, vento, fogo e até animais eram motivo de temor e ele se protegia com os meios que encontrava. Hoje com uma evolução intelectual mais apurada, nós ainda temos medo de chuva, trovão, vento e de animais, mas já sabemos que tipo de dano tudo isso pode nos causar e de certa forma nos protegemos para não sermos atingidos.
Mas há o medo psicológico e este se manifesta como disse em forma de fobia, pânico e insegurança.
Nos dias de hoje a sociedade como um todo vive um clima de medo e insegurança, provocado pela violência reinante que se manifesta através de crimes praticados por pessoas marginalizadas ou até mesmo pelo cidadão comum sem antecedentes criminais, uma onda de impunidade incentiva a prática de delitos na certeza de que nada acontecerá com o praticante, uma conduta agrava mais esta situação, o chamado menor infrator que comete roubos e assassinatos na confiança de que a lei não terá sobre ele qualquer poder.
Neste panorama, o cidadão comum vai se sentindo acuado com o perigo que o cerca, e é por isso que agora nossas casas são protegidas por muros e portões cada vez mais altos, cercas elétricas, câmeras de segurança,etc…Prisioneiros do medo, vamos aos poucos cedendo nossa liberdade àqueles que deveriam estar encarcerados, e eles muitas vezes andam livremente, mesmo após cometer crimes hediondos, seja ele menor ou não.
Nós vivemos cercados de perigo por todos os lados, a intolerância religiosa, que alimenta guerras e o terrorismo,o preconceito que desrespeita raça, cor,opção sexual, a ameaça nuclear com seus testes intimidadores, tudo isso causa um certo medo de que de uma hora para outra nosso mundo possa entrar numa onda de destruição de grandes proporções. Como lidar com este panorama tão sombrio é a pergunta que muito se faz.
Estamos sim, vivendo tudo isso, e é tão evidente estes acontecimentos que estamos nos esquecendo e desacostumando de olhar o lado bom do ser humano.
Outro dia um grande líder religioso foi questionado se o mal estava vencendo o bem na face da terra, ele disse com toda segurança que não, que o bem ainda é maior, mas que o bem age invisivelmente nos atos de caridade que se manifestam em pequenos gestos de amor, é a paciência onde a intolerância se faz presente, é a gentileza ao ceder algo que seria nosso à alguém que precisa mais que nós, é o pedido de desculpa quando julgamos ter cometido um ato que prejudicou ou ofendeu nosso irmão, é socorrer o que sofre fome, frio, que está enfermo, é a compaixão ao olhar as imperfeições do outro, é ter humildade para enxergar suas próprias limitações morais e fazer o possível para se melhorar como ser, disse o querido irmão que não são as grandes atitudes que vão mudar nosso mundo para melhor, mas as simples ditadas por um coração mais cheio de amor e respeito para com o outro.
Deixo aqui uma citação de São Paulo na Segunda Epístola à Timóteo: ‘‘Porque Deus não nos deu o espírito de temor, mas de fortaleza, de amor e de moderação.”
Um grande abraço!
