Mulheres, mães e protagonistas: porque o rural aqui se movimenta

22 de maio de 2022 13:56 418

A terra da Amizade agora também pode ser conhecida, como a cidade da representatividade da mulher rural. Ousadia em escrever isso? Talvez, mas acredito que não. Quem conheceu Amagri em 2017 nota o quanto ela evoluiu nesses últimos anos. Para além se fortaleceu coletivamente e hoje promove ações para promoção do trabalho, renda e valorização da mulher rural. E por que a mulher rural? Durante muito tempo a mulher do campo sempre foi vista à sombra do homem, mas sempre esteve presente em todos os processos de produção no âmbito da propriedade. Até a própria mulher muitas das vezes faz uso do termo “ajuda” para falar do seu trabalho junto ao esposo, mas verdadeiramente compõem a força produtiva da agricultura familiar.

Hoje a Amagri além de agricultoras, têm quitandeiras e artesãs que reinventam diariamente seus ofícios para atender ao público local. Assim, a Amagri atualmente tem participado das Políticas Públicas de Segurança Alimentar presentes no município e buscado outras formas de captação de recursos, bem como alternativas para visibilidade e valorização do papel das mulheres rurais perdoenses.
Inclusive nos dias 20 a 24 de abril de 2022 participou 1° Festival Nacional Arte, Cinema e Cozinha Mineira na cidade de Nepomuceno tendo a oportunidade não só ultrapassar os limites territoriais do município como também mostrar a outras mulheres que é possível um grupo de mulheres unidas e com objetivos para bem comum.
Estamos falando de mulheres, mães, trabalhadoras, filhas, esposas, amigas, empreendedoras, empenhadas e empoderadas para o fortalecimento do ser feminino, as quais partir de olhar visionário constroem um futuro em que as jovens podem ter a escolha de permanecer no campo como gestoras de suas propriedades e/ou com a capacidade de gerar renda para si e para sua família ao agregar valor em seu trabalho.

Em face ao exposto, protagonistas de suas histórias, essas mulheres em sua maioria mães, produzem não só o que alimenta suas famílias, mas também a comunidade, portanto, Mulheres que se uniram frente a uma dificuldade em comum: entrar no mercado de trabalho, produzir e não conseguir vender seus alimentos. Dificuldade que tem sido vencida, pois hoje já produzem com a venda garantida e com o coração aberto para ajudar outras mulheres que vão buscar no grupo um porto seguro.
Envolvidas em tantas tarefas, tem uma que essas mulheres desempenham incansavelmente “ser mãe”. Tomadas por uma força e amor elas se dedicam aos filhos, e não podemos esquecer aquelas que se tornaram mães de seus próprios pais e ou/sogros, sobrinhos, irmãos ou até amigos, pois na vida a palavra “cuidado” é direcionado a “mulher”. E para ser mãe, não precisa apenas gerar um filho em seu ventre, mas cuidar do outro em sua profundidade que só uma mulher é capaz de fazê-lo magnificamente. É amor de mãe. Um amor infinito, em que as palavras são insuficientes para descrever, mas às vezes basta um olhar de mãe, para acalmar toda dor. Mãe, mamãe, você é o pedaço do céu aqui na Terra, capaz de decifrar um ser com apenas um toque suave de suas mãos. Mas lembrem-se que quem cuida, também precisa de cuidado.
Para todas as mães em suas infinitas formas uma singela poesia de Mário Quintana, pois

MÃE…

São três letras apenas,
As desse nome bendito:
Três letrinhas, nada mais…
E nelas cabe o infinito
E palavra tão pequena
Confessam mesmo os ateus
És do tamanho do céu
E apenas menor do que Deus!
Para louvar a nossa mãe,
Todo bem que se disser
Nunca há de ser tão grande
Como o bem que ela nos quer.
Palavra tão pequenina,
Bem sabem os lábios meus
Que és do tamanho do CÉU
E apenas menor que Deus!

*Jucilaine Neves Sousa Wivaldo
Assistente Social, assessora de projetos da AMAGRI
Pesquisadora do Observatório de Políticas Públicas da Universidade Federal de Lavras-MG

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