Venino Rondon de Lima: Pioneiro da Comunicação em Perdões
Venino Rondon de Lima nasceu em 17 de dezembro de 1911, na cidade de Perdões, filho de Antônio Justino, delegado local. Era meio-irmão de dona Lygia Lima, renomada educadora do Grupo Otaviano Alvarenga, e uma figura singular na sociedade perdoense.
Aos 49 anos, casou-se com Maria Nazaré Lima, com quem teve nove filhos: Jordânia, Venino, Atenágoras, Bertolônia, Andréia, Indira Ghandi, Luther King, Alenísia e Josecléia. A escolha dos nomes reflete sua personalidade estudiosa, seu amor pela leitura, suas viagens e seu interesse por acontecimentos mundiais.
Venino foi um visionário da comunicação na cidade. Inovou ao utilizar um alto-falante instalado na Igreja Nossa Senhora das Mercês – equipamento cedido por Hélio Garcia – para transmitir anúncios, propagandas, notícias e notas de falecimento, sempre acompanhadas de muita música. Uma de suas marcas registradas era a canção “La Golondrina”, que, ao ser tocada, era imediatamente reconhecida pelos perdoenses como um anúncio de falecimento. Seu serviço atingia até as comunidades rurais mais próximas e ficou conhecido como Serviço de Alto-falante da Palestina.
Venino também teve uma participação ativa no carnaval perdoense, ajudando na organização de desfiles e sendo um dos fundadores da escola de samba Unidos da Palestina. Além disso, foi um dos criadores e presidente do Clube Recreativo Ubirajara, que mais tarde se tornou o instinto Diamante Negro, famoso por seus bailes animados. Era conhecido também pela fabricação de fogos de artifício, que coloria e brilhava no céu de Perdões no dia de São Sebastião.
Outro marco de sua trajetória foi a luta pela mudança do nome do bairro onde vivia. Antes chamado de forma pejorativa de “Fubá”, Venino expressava grande indignação com essa denominação. Em 1961, anunciou pelo alto-falante – com apoio de Albertino Kimaid – que, a partir de então, o bairro se chamaria Palestina. O nome foi inspirado em um local que conheceu em viagens pelo Paraguai e Bolívia, além de uma referência bíblica. Pouco tempo depois, a mudança foi oficializada pela Câmara Municipal, com o apoio do então prefeito João Melo Gomide.
Profissionalmente, Venino atuou como guarda do Instituto Brasileiro do Café (IBC), sendo altamente respeitado por seu trabalho. Estava sempre acompanhado de um fiel cão de guarda adestrado, pelo qual tinha grande apreço.
Faleceu em 5 de novembro de 1981, aos 70 anos, vítima de um AVC, deixando um legado marcante para Perdões. Como pioneiro da comunicação local, defensor incansável de melhorias para seu bairro e incentivador da cultura e do lazer, sua história permanece viva na memória da cidade.
Neste aniversário de Perdões, no ano de 2025, Venino Rondon de Lima passa
a fazer parte do Panteão dos Homenageados da Mundo Cênico.