Cogitava findo, acabado – no entanto,
[do início recomeçou:
Olhares tímidos, risos sedutores, juras de amor…
Era tudo como dantes e sempre, logo desmoronou.
Zerado parecia, mas, novamente, a soma defluía
Palavras agradáveis, cafés, bolo e cobertor…
O relógio gira, o tempo voa,
E continuamos dançando a música que a vida entoa:
Por que retroceder, quando podes ir além?
A vida é tua – e de mais ninguém
Pensa, analisa, rejeita o que não te convém
Aparência é cativante, mas é preciso ponderar, também
Olhos podem distrair; impedem de ouvir a voz…
Sussurrante, quase rouca, de tantas tentativas vãs
Para avisar-te a direção certa, despertar-te e fazer-te sã!
O coração angustiado, que, na ânsia de fazer
[este peito magoado
Acertar, enfim, o alvo, não cansa de gritar:
Para, analisa, só aceita a quem te amar,
[respeitar e admirar!
Jeane Lima – escritora
(do livro Madre Pérola – coletânea de poemas,
organizador Ulisses Aguiar, página 61)