Em tempos de polarização e discursos prontos, questionar decisões políticas tornou-se, para alguns, sinônimo de rebeldia ou negativismo. No entanto, é exatamente o contrário: questionar é um ato de responsabilidade cívica. A democracia, por essência, exige vigilância, debate e participação ativa da sociedade. Não há democracia plena onde reina o silêncio.
Toda decisão política seja no Executivo, Legislativo ou mesmo em órgãos públicos locais deve estar sujeita ao crivo da população. Quando um cidadão se manifesta, solicita explicações, aponta falhas ou propõe melhorias, ele não está atacando a ordem institucional; está, na verdade, fortalecendo-a.
O problema surge quando autoridades confundem questionamento com oposição pessoal. Não se trata de perseguir indivíduos, mas de avaliar decisões e seus impactos. O respeito aos cargos públicos não deve se confundir com obediência cega. Governos passam, leis mudam, mas o direito de fiscalizar permanece.
Se queremos gestores mais preparados, políticas mais justas e representatividade verdadeira, precisamos de uma sociedade que não apenas vota, mas que também acompanha, cobra e participa. O direito de questionar é inegociável e deve ser exercido com coragem, argumentos e, sobretudo, com consciência.
Leandro Henrique
