Especialmente em períodos eleitorais, tem se acentuado com o uso das redes sociais. O ambiente virtual, que deveria servir como um espaço para troca de ideias e debates saudáveis sobre propostas, tornou-se um palco de polarização intensa, onde as discussões são muitas vezes substituídas por ataques pessoais, desinformação e confrontos acirrados.
Essa radicalização pode ser comparada como uma “batalha no Coliseu”, remetendo à Roma antiga, onde os gladiadores lutavam até a morte enquanto a plateia vibrava. Hoje, no entanto, são as palavras e os discursos que se transformam em armas, usadas para alimentar um ciclo de ódio e intolerância.
Esse cenário impede que os eleitores discutam de maneira construtiva os planos de governo dos candidatos, pois o foco tende a ser nas rivalidades e nas paixões exacerbadas, e não nas políticas públicas ou soluções para os problemas reais do município O extremismo, seja de direita ou de esquerda, alimenta um ambiente de “nós contra eles”, sufocando o diálogo democrático e dificultando a busca por consenso e colaboração.
Esses excessos, impulsionados pelas redes sociais, tornam o debate público mais ruidoso e menos eficaz, afastando a política de seu papel central, sendo o de servir à sociedade por meio de uma discussão plural e informada.Devemos enfatizar a necessidade de uma politização saudável do eleitorado, especialmente em tempos eleitorais. Quando o eleitor é educado e consciente, ele é capaz de enxergar além das polarizações e do extremismo que tanto tem crescido, principalmente nas redes sociais. Essa conscientização ajuda a evitar a visão turva que o extremismo provoca, onde o foco está apenas na defesa de um candidato e no ataque ao outro, em vez de uma análise crítica e objetiva dos planos de governo.
É fundamental separar a pessoa (CPF) da instituição ou cargo (CNPJ) que o candidato pretende ocupar. Esse distanciamento ajuda a avaliar de forma mais racional as propostas e ideias de cada candidato, sem deixar que as emoções ou lealdades pessoais interfiram no processo de escolha. Além disso, evitar o “eleitor torcedor” – aquele que defende cegamente sem sequer conhecer as propostas de seu candidato – é crucial para um debate político mais saudável.
O extremismo é como um “cupim” que corrói a boa política, uma metáfora que destaca o dano silencioso, porém devastador, que a radicalização provoca na sociedade. Quando o debate é guiado pela educação, pela ponderação e por argumentos sólidos, é possível enxergar melhor a realidade e discutir os temas importantes com mais clareza. Esse processo de politização e educação política é essencial, pois o extremismo não apenas afeta o ambiente político, mas também a saúde mental e o desenvolvimento intelectual de quem o pratica, limitando as oportunidades de aprendizado e crescimento.
por Leandro Henrique