Foi numa manhã de janeiroO fato acontecidoLá vai ele, parece um jovem moçoÉ alto, corpo magro e bem erguido
Chove muito, mas o que é que tem?Pra quem mora no dia e na noite,passa até a fazer bem!
Caixa na cabeça, lá vai ele.Talvez a cantar, a assoviar.Opa, chegou na ponte improvisada!Esquerda, centro ou direita,por onde passar?
Diante de tanta águaprecisou escolher um caminhoque não conhecia.Escolheu errado e o pobre homemcaiu na água porque nada via.
Sumiu, só ficou o aguaceiro sujoque rolava sem parar.Lá se foi o corpo magrojunto com a pequena caixa,que talvez fosse o seu jantar.
Quem será o moço apressado,quem será o forasteiro?Acharam o corpo bem longe,Descansando nos sombreiros.
Hoje ninguém fala mais nada,o povo já se calou.Não houve manifestação de pesar,nem missa, nem anunciou,não importa, já passou.
Deus o tenha meu irmão,moço desconhecido.Lá foi você de voltapra casa e por Ele recebido.Fique em paz moço forte,valente e destemido.por Sandra Pereira
Deus o tenha meu irmão,moço desconhecido.Lá foi você de voltapra casa e por Ele recebido.Fique em paz moço forte,valente e destemido.