O ponto de partida da oposição política remonta aos séculos XVII e XVIII, com a defesa das garantias individuais contra a autoridade do Estado. A Revolução Inglesa trouxe um novo significado à consolidação parlamentar, estabelecendo uma oposição à soberania do chefe de Estado.
Assim, a oposição política institucionalizada surgiu historicamente no século XVIII, na Inglaterra, quando o parlamento inglês decidiu limitar a monarquia por meio do mecanismo da divisão dos Poderes. Dessa forma, a oposição tornou-se um instrumento fundamental no sistema de freios e contrapesos.
Atualmente, existem diversos tipos de oposição política, sendo dois deles particularmente notáveis: a oposição inteligente e a oposição pelo poder ou status.
Vamos diferenciá-las e definir suas características.
Oposição política inteligente
A oposição política inteligente desempenha um papel crucial na democracia, pois seu objetivo vai além de simplesmente criticar o governo. Ela funciona como um contrapeso ao poder, garantindo que as decisões sejam tomadas de forma transparente, ética e em benefício da sociedade. Para isso, adota práticas como:
Fiscalização construtiva: em vez de apenas criticar, a oposição investiga e apresenta questionamentos fundamentados, expondo falhas e irregularidades com base em dados e argumentos sólidos.
Oposição política pelo poder
A oposição política pelo poder é aquela cuja principal motivação é conquistar ou manter o controle político, muitas vezes priorizando interesses partidários ou pessoais em detrimento do bem coletivo. Essa abordagem geralmente se caracteriza por estratégias que buscam enfraquecer o governo vigente e construir uma narrativa de superioridade, sem necessariamente se comprometer com propostas consistentes ou benefícios reais para a sociedade.
Características da oposição pelo poder:
Críticas sem fundamentação: foca em atacar o governo de forma incessante, mesmo quando determinadas políticas apresentam resultados positivos, buscando criar uma percepção negativa generalizada.
A oposição é fundamental dentro das câmaras municipais, assembleias estaduais e no Congresso Nacional. Imaginem um governo sem oposição: ninguém se opondo a nada, permitindo que apenas um lado tenha voz. Isso seria trágico. Gestão pública perfeita não existe; há enormes lacunas, e a maioria dos governos é impulsionada por conteúdos favoráveis nas redes sociais. Por isso, a oposição existe: para mostrar o outro lado. Muitas vezes, há uma discrepância entre a propaganda governamental e a realidade da aplicação das políticas públicas.
Exceto na Presidência da República, nos demais governos a oposição geralmente se manifesta após um certo período, variando de seis meses a um ano.
Após esse prazo, a oposição inteligente se posiciona contra aquilo que considera prejudicial à população, enquanto a oposição pelo poder se opõe indiscriminadamente, seja contra medidas boas ou ruins.
Leandro Henrique
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