Romildo – a arte de eternizar momentos

11 de janeiro de 2016 12:26 3844

Romildo Geraldo dos Santos, nasceu no dia 26 de dezembro de 1963, perdoense, filho de José Geraldo dos Santos e Maura Libório dos Santos, iAno 1983 - Bairro Santa Terezinha em frente à igrejarmão do José Roberto, Rogério e Ronaldo.
Convidamos Romildo para essa entrevista com muito carinho e respeito por esse ser humano autêntico que muitas vezes de uma maneira franca expõe seus pontos de vista.
Seu olhar brilha cada vez que pronunciamos o que sabe fazer com competência e maestria: fotografia.
Há mais de 35 anos fotografa eventos, casamentos, festas e também fotojornalismo.
Relembra que iniciou profissionalmente ao lado da inesquecível fotógrafa Abadia.
Esse fotógrafo que ama o que faz e faz o que ama vê a vida de uma forma muito positiva e acredita na força do trabalho.
Confira a entrevista com esse profissional na arte de eternizar momentos em fotografias.

 

Jornal VOZ: Romildo, muitos conhecem seu trabalho no mundo da fotografia e a sua postura diante disso.
Quando iniciou essa vontade de ser fotógrafo?
Romildo: Aos 08 anos eu já pegava uma vela, projetava umas imagens na parede e a meninada da Várzea juntava para assistir.
Quando eu tinha 12 anos eu já via a Abadia com sua pastinha do lado e ficava fascinado por isso. Aí fui comprando umas “maquininhas”, queimavam os filmes, tudo, até que aos 14 anos comecei ajudando a Abadia todos os sábados nos casamentos.
Aos 15 anos, eu mesmo, já estava fotografando casamento – o meu primeiro serviço foi em Santo Antônio do Amparo e daí não parei mais.

Jornal VOZ: Então você é muito feliz com sua profissão. Inclusive você relembra com alegria a Abadia.
Romildo: Amo de “montão” o que faço. O meu começo na profissão foi com a Abadia – tudo começou lá – devo isso a ela – ela sabia – no preto e branco fazia(fotografava) os casamentos com ela. A gente trabalhava de sociedade. Aí nós montamos uma lojinha em frente à América.
Jornal VOZ: Então você foi acompanhando todos os avanços tecnológicos?
Romildo: Tudo que saía, eu estava lá. Participei da máquina 120, do filme 135, do colorido, até um pedaço do tempo que usava tirar aqueles pequenos binóculos, eu trabalhei com eles. Enfim, peguei o preto e branco, o colorido, o digital.
Jornal VOZ: Qual a característica marcante da sua fotografia?
Romildo: Gosto muito de compor paisagem, alegria – gosto de foto natural – não gosto de foto “forçada” – aquela coisa artificial demais. Gosto da foto bonita como a pessoa é, que pode ser valorizado com algumas técnicas de fotografia, sem tirar a naturalidade.

Jornal VOZ: Você tem os trabalhos agendados e aqueles do dia-a-dia. Quando você não está trabalhando, você sempre está com uma máquina fotografando?
Romildo: Regina – para você ter uma ideia, fui a Porto Seguro há dois anos atrás. Aí pensei que ia tirar férias. Levei todos os meus equipamentos e trouxe nada menos, nada mais do que 8.600 fotos. Só fotografei nesse passeio.
Jornal VOZ: Você acha que uma fotografia quando tem a paisagem e a pessoa – ela mostra muito da alma dessa pessoa?
Romildo: Muito – gosto de compor as duas coisas.

Jornal VOZ: Tecnologia, comunicação, internet, TV – Fotografia.
Como você vê tudo isso?
Romildo: Por um lado é muito bom, mas estão usando a fotografia para um lado muito triste. Por exemplo: um assassinato, um acidente é exposto quase no momento do ocorrido – acho que isso não é legal.
Um dos defeitos dos meios de comunicação é esse – não tem critério na exposição das fotos. Não há respeito.

Jornal VOZ: Durante toda a sua trajetória como fotógrafo você registrou muitas situações até muito trágicas e tristes.
Cite algumas situações, fatos marcantes.
Romildo: Uma coisa que me chocava muito quando eu tinha 14 anos – uma pessoa cometia suicídio, aí logo depois chegava a polícia lá em casa de madrugada e lá vai Romildo fotografar, e eu ia com muito medo. Acidentes na Fernão Dias também já registrei vários, inclusive aquele ônibus que tombou na curva de Lavras, há muitos anos, onde morreram 28 pessoas; aquele acidente lá em Santo Antônio do Amparo – cheguei lá – sozinho, às 4 horas da tarde – pedaço de gente espalhado – ficamos até às 7 horas da noite – são coisas difíceis de fazer, mas eu fiz/fotografei.
A enchente em 2009 aqui em Perdões – tanta destruição.

Jornal VOZ: Você acha que há fotos que não devem ser reveladas ao público?
Romildo: É o meu trabalho. Há fotos que não divulgo para ninguém.

Jornal Voz: É importante uma postura no seu trabalho?
Romildo: Sim. Trabalho você tem que ter uma postura – profissão é profissão – não é brinquedo.

Jornal VOZ: Sua vida é fotografar ?
Romildo: Às vezes paro de trabalhar entre 7 ou 8 horas da noite e as 9 horas já estou com saudade. Respiro foto!
Jornal VOZ: Você fotografa crianças, jovens, adultos, idosos. Na sua opinião ” envelhecer” é um estado de espírito ou as pessoas têm que se preocupar com isso ?
Romildo: As pessoas têm que se preocupar sim, principalmente com o tempo – têm que se cuidar, valorizar a vida, não intoxicar com droga, que acho que é uma ”furada”.
Jornal VOZ: Você que fotografa há mais de três décadas já registrou mais de uma geração na mesma família?
Romildo: Adoro fotografar os noivos e fico muito feliz de hoje estar fotografando os filhos que também estão se casando.
Ou seja, fotografei o casamento dos pais e agora dos filhos.

Jornal VOZ: Sobre a crise atual.
Romildo: Regina, acho que a crise está mais na cabeça das pessoas, na ganância do homem. Porque acredito que para a gente sobreviver e ser feliz não precisa de muitos bens materiais.
As pessoas deveriam trabalhar, cada um gastar o que pode.
Há muitos mendigos ricos e muitos ricos mendigos – é o jeito de levar a vida.
A vida é alegria, divertir e vamos prosseguir.

Jornal VOZ: Para concluir:
Romildo: A fotografia representa tudo. É a minha vida.

 

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