São Cristóvão Esporte Clube: uma paixão de décadas

20 de março de 2016 15:24 1846

A partir dessa edição o Jornal VOZ estará publicando entrevistas com os representantes dos times de futebol que estão participando do 9º Campeonato de Futebol Amador de Perdões realizado pelo Independente Esporte Clube.
É uma iniciativa do VOZ e nessa edição conversamos com Jorge Carlos Navegante, o Jorge Bidú, presidente e técnico do São Cristóvão esporte Clube.
Jorge atua no esporte como jogador desde a década de 60, relembra muitas passagens pelo futebol.
Já agendamos uma entrevista sobre sua trajetória no mundo do esporte, mas nessa edição é específica sobre o São Cristóvão.
A nossa reportagem foi até sua casa, onde encontramos muitos troféus e como ele mesmo afirmou, nem todos estavam ali.
Queremos deixar aqui o convite para que os fundadores das outras equipes ou os atuais representantes entrem em contato com o VOZ.
Alguns já agendamos a entrevista e entraremos em contato com todos.
O São Cristóvão com seus papéis todos em dia, impostos e tudo que rege a lei, como faz questão de nos apresentar Jorge. Recentemente mais uma conquista, foi declarado Utilidade Pública pelo Governo de Minas, através do empenho de um deputado.
Jorge sonha com a quadra ser reformada.
Vale ressaltar que o São Cristóvão Esporte Clube faz parte da Liga de Futebol de Varginha, mas não tem participado de Campeonatos, devido a falta de condições financeiras.
Jorge Bidú fala com simplicidade e sabedoria sobre o São Cristóvão.


Jornal VOZ: Quando surgiu o São Cristóvão Esporte Clube?
Jorge: O São Cristóvão surgiu em 1986, dona Regina, mas oficialmente foi fundado em 2005, depois da documentação completa.
Jornal VOZ: Então vocês começaram a jogar com esse nome em 1986. Qual a origem desse nome?
Jorge: A origem desse nome vem de um fato ocorrido com um time de futebol que saía para as roças de caminhão para jogar futebol e numa dessas vezes aconteceu um acidente, uns se machucaram e um veio a óbito. Aí na época, meu pai participava muito de futebol, e a gente começou a pegar novamente a condução para ir jogar bola, a gente fazia sempre uma oração em homenagem a São Cristóvão que é protetor dos motoristas – para que não viesse acontecer um acidente igual a esse. E não aconteceu mais nenhum acidente.
Depois se passaram todos esses anos, joguei em vários times de futebol, disputei vários campeonatos, ganhei muitos títulos. Aí machuquei o joelho e em 1986 passei a atuar como técnico.
Jornal VOZ: Então, na realidade, já existia o time de futebol, desde a década de 60, mas em 1986 colocou esse nome.
Jorge: Tínhamos o time, mas quando assumi a responsabilidade minha mesmo de treinar o time, montar a equipe de novo, aí coloquei o nome de São Cristóvão. A partir de 2005, ganhamos esses troféus e outros que não estão aqui.
Jornal VOZ: Entre os campeonatos que o São Cristóvão jogou e ganhou, cite alguns.
Jorge: Ganhamos o campeonato de São Sebastião da Estrela, ganhamos dois campeonatos no Silas, ganhamos dois campeonatos Regionais da cidade de Perdões nos anos de 2007 e 2010; dois torneios em Lavras. Temos troféus de campeão e vice-campeão.
Jornal VOZ: Nessa trajetória o que foi de maior dificuldade e o que é mais gratificante?
Jorge: A dificuldade, ela existe sempre, principalmente por causa da receita que você não consegue. Tem gastos e é difícil os colegas que ajudam.
O que é gratificante é você ajudar as pessoas, ajudar a promover o esporte, que acredito ser uma integração.
A gente não faz por benefício próprio, não faz, procurando meio de vida. É por amor à bola, por amor ao esporte; dá ocupação, lazer aos colegas.
Jornal VOZ: E aquela quadra que já fizemos uma reportagem, funcionava bem. Como era?
Jorge: Funcionava bem, mas depois tive que trabalhar fora e fiquei afastado da cidade por mais de 5 anos.
Infelizmente nessa administração não tivemos apoio. Inclusive a Copasa havia passado com um PV dentro do campo, fui até Lavras conversar com o chefe da Companhia, num instante mandou tirar aquilo de lá e consertou.
Jornal VOZ: Quando iniciou essa luta pelo campo de futebol?
Jorge: Em 1965, quando meu padrasto morreu, começamos a brigar para ter o campo de futebol.
Lembro que eu tinha 15 anos e ele me falou “vou morrer e não vamos conseguir o campo para vocês jogarem bola do lado de cá da rodovia.”
Antes a gente não tinha acesso ao Independente. A gente jogava descalço. Disputava campeonato com eles, a gente descalço e eles de chuteira. Mesmo assim a gente ganhava deles lá.
Assim que meu pai morreu, fiquei muito chateado, afastei do futebol, mas em 1968 retornei.
O São Cristóvão para mim, é tudo. Depois de Deus e minha família é o São Cristóvão.
Meu pai falava que a gente querer sempre ser o melhor é muito egoísmo, mas se a gente estiver entre os melhores é bom. É o que a gente sempre fez, portanto que nessas oito edições do Campeonato Regional de Perdões, levamos dois títulos e sempre ficamos entre os quatro.
Jornal VOZ: Nas equipes que participam do Campeonato Regional, o São Cristóvão traz jogadores de fora. Você tem jogador que participa todos os anos?
Jorge: Sim, quase todos de fora, tem seis jogadores que todos os anos jogam comigo – de Lavras, de Nepomuceno. Eles vem pela amizade mesmo.
Jornal VOZ: Quais os projetos para o São Cristóvão?
Jorge: O projeto é terminar o campo para poder dar uma ocupação para as crianças, tirar das ruas, das drogas.
Fazer com que as mães parem de chorar na porta de delegacia por causa de coisa fútil.
Tenho plano em montar uma escola de futebol em parceria com a escola. Já conversamos com a diretora. Bem na escola, bem no futebol.
Vejo o esporte hoje, como uma das melhores maneiras de se formar o cidadão.

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