Fico analisando a vida, o tempo que vai passando, os caminhos percorridos, as conquistas e o que ficou por conquistar.
Quando se olha para trás o que se vê é uma longa estrada, com curvas acentuadas e uma poeira densa a cobrir o passado. É como ver através de uma fresta que não nos permite enxergar nitidamente.
A vida é sábia, por isso não podemos ver com clareza para não sofrermos com a saudade do que foi bom ou do que não foi tão bom assim. Fica assim flutuante, encoberto por uma névoa esbranquiçado e desbotado sem as cores vivas do tempo em que se viveu.
Mas é assim que crescemos, olhando pra frente, procurando novos rumos, desatando os nós, enfrentando nossos medos e desafiando nossa coragem para a escalada do futuro. Muitos ficam pelo caminho, armam suas tendas e por ali estacionam sua vida. Outros seguem firmes, enfrentam tempestades e todo tipo de adversidade para chegarem ao topo.
Mas não quer dizer que quem ficou no meio do caminho não progrediu, não foi feliz. Somente não quis ir tão longe por vislumbrar ali mesmo uma oportunidade de fazer acontecer à sua maneira e por pura sabedoria.
A sabedoria é algo que vem de dentro e não precisa de nenhuma escola ou grandes lutas para adquirir. É o dom de Deus em nós e está a disposição para quem souber enxergá-la.
Ás vezes nós deparamos com pessoas tão sábias morando em casebres e pessoas tão desprovidas deste dom morando em palácios. Não precisamos de riquezas, de tantos bens para sermos felizes. A sabedoria nos ensina a viver com o que é necessário e olhar sempre para quem está ao lado, sem ter ao menos o básico.
A conclusão é que, os que seguiram na escalada do futuro ou os que pararam pelo caminho, construíram suas vidas pautadas na certeza de que foi do seu passado que veio a semente que deu inicio aos bons frutos colhidos, os que ainda estão por colher e que assim se tornarão passado um dia. Que nascerão outros futuros e assim vai e assim a roda gira e gira a roda da vida, da vida que se tornou uma roda.
Ilza Silveira